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Notícias / Biologia

Mais de 5 mil novas espécies são descobertas no Pacífico, mas sofrem ameaça

Pesquisas entre o Havaí e o México revelaram 5.578 novas espécies marítimas; confira!

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/05/2023, às 11h42

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Imagem ilustrativa com esponjas do mar - Domínio Público via Wikimedia Commons
Imagem ilustrativa com esponjas do mar - Domínio Público via Wikimedia Commons

Uma nova pesquisa desenvolvida por biólogos do Museu de História Natural, localizado em Londres, na Inglaterra, indicou um total de 5.578 novas espécies marítimas, catalogadas na Zona Clarion-Clipperton (CCZ), uma área de seis milhões de quilômetros quadrados que se estende entre o Havaí e o México. O estudo em questão foi publicado na Current Biology na última quinta-feira, 25.

A 'Lista de verificação da CCZ', documento fruto do estudo, é responsável pela compilação de todos os registros de espécies na região, considerando inclusive expedições anteriores, para tentar estabelecer uma estimativa da biodiversidade local. E das novas espécies encontradas recentemente, aproximadamente 90% são novas para a ciência, de forma que somente 436 delas já eram conhecidas.

Segundo a Revista Galileu, para que fosse possível a catalogação de uma área tão extensa, os pesquisadores fizeram uso de cruzeiros de pesquisa, além de alguns veículos controlados remotamente, capazes de atravessar pelo fundo do oceano. Além disso, técnicas mais simples também não deixaram de ser utilizadas, como o uso de uma caixa robusta nas zonas mais profundas do mar.

"É um barco grande, mas parece minúsculo no meio do oceano. Você podia ver as tempestades chegando; é muito dramático", descreve Muriel Rabone, ecologista de águas profundas pelo Museu de História Natural de Londres e uma das autoras do estudo. "E foi incrível — em cada amostra da caixa, víamos novas espécies."

Muitas espécies

Graças às técnicas empregadas no estudo, foram analisados mais de 100 mil registros de criaturas. E a partir desses dados, foi constatado ainda que somente seis das novas espécies já eram conhecidas em outras regiões, entre elas pepinos do mar, nematóides e uma espécie de esponja carnívora.

Além disso, outro elemento descoberto é que a maioria da biodiversidade existente na CCZ é composta por artrópodes (como lagostins e caranguejos), vermes, equinodermos (como os ouriços e estrelas-do-mar) e esponjas.

Existem algumas espécies simplesmente notáveis ​​lá embaixo. Algumas das esponjas parecem esponjas de banho clássicas e outras parecem vasos. Elas são simplesmente lindas", comenta Rabone. "Uma das minhas preferidas são as esponjas de vidro. Elas têm esses pequenos espinhos e, sob o microscópio, parecem pequenos candelabros ou pequenas esculturas."
Espécime de esponja de vidro
Espécime de esponja de vidro / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Ameaça

No entanto, toda a vasta biodiversidade existente na região pode estar ameaçada. Isso porque, da mesma forma como ocorre em outros lugares do planeta, a região é alvo de exploração em riquezas naturais por parte do homem.

Todo o estudo, no caso, começou com a intenção de compreender os riscos que a mineração deve causar na área do CCZ, que é de fato bastante rica em minerais, e que será explorada em um futuro próximo por empresas mineradoras que já partilham o alto-mar.

Agora, com o fim do estudo, a equipe de biólogos enfatiza a necessidade de se aumentar os esforços de pesquisas coesas, coletivas e multidisciplinares a fim de compreender a biodiversidade de maneira mais adequada, para o futuro.