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Notícias / Peixe-caracol

A 7 mil metros de profundidade, nova espécie de peixe-caracol é revelada

O peixe-caracol pode ajudar na compreensão de como a vida resiste a baixas temperaturas

Luisa Alves, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/10/2022, às 14h58

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Imagens dos peixes descobertos nas profundidades do oceano - Reprodução / Vídeo / NewCastle University
Imagens dos peixes descobertos nas profundidades do oceano - Reprodução / Vídeo / NewCastle University

Utilizando sondas em queda livre implantadas para estudar que tipo de animais habitam o fundo do oceano, uma equipe internacional de cientistas conseguiu capturar imagens de uma nova espécie de peixe abissal que vive a uma profundidade de cerca de 7 mil metros.

As sondas foram implantadas na Fossa do Atacama, localizada entre o Peru e o Chile. A escolha do local se deve ao fato de que a imensa trincheira percorre a costa oeste da América do Sul e tem profundidade parecida com a altura da Cordilheira dos Andes, segundo uma nota da Universidade de Newcastle.

Em 1º de outubro, um artigo com mais detalhes foi publicado no periódico Marine Biodiversity, como noticiado pela revista Galileu. A fossa tem 8 quilômetros de profundidade ao todo e a Cordilheira quase 7 quilômetros de altitude. 

Peixe-caracol

Para a captura, as sondas tinham petiscos acoplados para atrair os peixes para perto das câmeras para serem registrados. Utilizando o equipamento, a equipe identificou três espécie de peixe-caracol na zona hadal, a qual parte dos 6 mil metros de profundidade até o leito oceânico.

De acordo com Thom Linley, autor principal do estudo,  “A câmera foi feita de algumas polegadas de aço inoxidável e vidro de safira". Entre as espécies descobertas, uma era completamente nova para a ciência.

Era um pequeno peixe azul — avistado entre 6 mil e 7,6 mil metros de profundidade —que tinha olhos grandes e uma cor marcante. Para ver que se tratava de uma nova espécie, a equipe utilizou uma ferramenta para a identificação de onde o animal se encaixava na família de peixe-caracóis, uma tomografia microcomputada (micro-CT).

Para Linley, o peixe evoluiu de espécies adaptadas ao frio do Oceano Antártico e, portanto, pode ajudar na compreensão de como a vida sobrevive a zonas abissais, através de pistas sobre a relação entre a adaptação às baixas temperaturas e grandes pressões.

O peixe foi batizado de Paraliparis selti, o qual deriva da extinta língua Kunza, que era usada por povos indígenas do Deserto do Atacama. 

 Confira o vídeo do momento da descoberta abaixo.