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Notícias / Manto maori

Manto maori feito de penas de kakapo é exibido ao público na Nova Zelândia

Em 2023, restavam apenas 247 kakapos vivos nas ilhas da Nova Zelândia, o que colocou a espécie sob séria ameaça de extinção

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 04/04/2024, às 09h48

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Manto Maori - Divulgação/Museu Britânico
Manto Maori - Divulgação/Museu Britânico

Um manto maori singular, confeccionado com penas de kakapo, uma espécie criticamente ameaçada de extinção, foi revelado ao público após um esforço vital de conservação realizado pela Culture Perth and Kinross, em colaboração com o Museu Britânico e o Museu da Nova Zelândia Te Papa Tongarewa.

O kakapo, também conhecido como papagaio-coruja ou galinha musgo, é uma rara ave terrestre pertencente à superfamília Strigopoidea. Em 2023, restam apenas 247 indivíduos vivos conhecidos dessa espécie nas ilhas da Nova Zelândia, colocando o kakapo sob séria ameaça de extinção.

Registros fósseis revelam que, antes da chegada dos colonizadores humanos e da introdução de predadores mamíferos, o kakapo era uma das aves mais comuns em todas as três ilhas principais da Nova Zelândia.

No entanto, sua incapacidade de voar e seu mecanismo de resposta de congelamento diante de ameaças o tornaram uma presa fácil para os maori, que o caçavam para alimento. Além disso, seus ovos e filhotes eram predados pelo rato kiore polinésio, introduzido clandestinamente pelos maori na Nova Zelândia.

Segundo informações do portal Heritage Daily, o manto em questão fazia parte de uma coleção de taonga (tesouros culturais de grande valor) adquirida por David Ramsay, um cirurgião de navios que se estabeleceu em Perth em 1823.

Processo delicado

As penas do kakapo foram habilmente tecidas para compor o manto, utilizando-se de suas hastes delicadas e finas. Esse processo não apenas demonstra o conhecimento e a habilidade dos tecelões maori, mas também oferece uma visão única sobre suas práticas frente à colonização europeia.

A equipe de conservação dedicou mais de 100 horas para reparar algumas das penas que estavam danificadas, utilizando papel de amora leve e aplicando um tom de cor que harmonizasse com as penas originais.

Além disso, durante o tratamento do manto, surgiu a oportunidade de contribuir para um projeto de pesquisa de DNA conduzido por especialistas do Museu da Nova Zelândia Te Papa Tongarewa, como parte de um esforço mais amplo para conservar o kakapo.