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Notícias / Brasil

Médico que fez cirurgia de passista que teve braço amputado nega negligência

O profissional da saúde culpou o outro hospital que a operou pela decisão de amputar o braço

Redação Publicado em 25/04/2023, às 13h40

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Alessandra dos Santos Silva, passista da Acadêmicos do Grande Rio - Reprodução/Vídeo
Alessandra dos Santos Silva, passista da Acadêmicos do Grande Rio - Reprodução/Vídeo

Alessandra dos Santos Silva, trancista e passista da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio, se internou para realizar um procedimento cirúrgico de retirada de miomas no útero e acabou tendo alta com parte do braço esquerdo amputado. O caso aconteceu no Rio de Janeiro. 

Agora, o médico que realizou a primeira cirurgia de Alessandra, o cirurgião Gustavo Machado, está prestando depoimento como testemunha à polícia de São João de Meriti nesta terça-feira, 25. O profissional da saúde, que trabalha no Hospital da Mulher Heloneida Studart, negou que tenha existido negligência médica no hospital enquanto a trancista estava lá.

Segundo o G1, ele ainda afirmou que a transferência da paciente ocorreu no dia seguinte à observação do problema pela equipe médica, e que a decisão de amputar parte do braço de Alessandra foi do outro hospital em que ela esteve, o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac).

O delegado titular da DP de São João de Meriti, Bruno Enrique Abreu, afirmou que o prontuário da paciente chegou à delegacia na tarde de segunda-feira, 24.

Internação

Alessandra, de 35 anos, afirmou em entrevista ao G1 que se lembra de acordar em outro hospital com o braço amputado. Dois meses e meio após o incidente, a família da Alessandra enfatiza que a causa da amputação não foi revelada. Eles só foram informados que a jovem corria risco de necrose, segundo o G1.

Alessandra foi internada para o procedimento no dia 3 de fevereiro no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Na noite, os médicos detectaram uma hemorragia e, por causa disso, a mulher teve que passar pela retirada completa do útero.

Alessandra dos Santos Silva, a passista da Acadêmicos do Grande Rio /Crédito: Reprodução/Vídeo

Quando seus familiares a visitaram no dia 5 de fevereiro, Alessandra estava intubada e com os braços e pernas enfaixados. Os dedos de sua mão esquerda estavam mais escuros do que o normal.

De acordo com a mãe da passista, Ana Maria, os profissionais do local disseram que isso acontecia porque a paciente sentia frio. A matriarca disse que a equipe médica responsável tentou esconder a necrose com faixas e ataduras. 

Eles tentaram esconder a necrose com ataduras, fingindo que estava aquecendo ela. Ainda falaram ‘é só para aquecer, mãezinha’. Tudo que falavam era por alto. Na transferência que disseram que ela tinha possibilidade de óbito”, disse Ana Maria ao G1. 

O incidente

Já em 6 de fevereiro, os familiares foram informados de que Alessandra precisaria ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), localizado em Botafogo. Ela, que estava intubada, tinha o braço 'praticamente preto'. Um médico disse que seu braço precisaria ser drenado, já 'que já estava começando a necrosar'. 

Em 10 de fevereiro, o Iecac contatou a família e disse que o procedimento de drenagem não havia surtido efeito. Disseram que 'ou era a vida de Alessandra, ou era o braço', afinal, a necrose poderia aumentar. Como resultado, os familiares de Alessandra aprovaram o procedimento para amputar.

Embora a amputação tenha sido feita, o estado de saúde dela era alarmante: o rim e o fígado estavam 'quase parando' e Alessandra corra risco de ter uma infecção generalizada. Ela foi extubada em 12 de fevereiro e recebeu alta no dia 15 de fevereiro. 

Ao voltar à instituição para revisar o procedimento de amputação, no dia 28 de fevereiro, o estado dos pontos chamou atenção do profissional de saúde que a atendeu, como conta a mãe de Alessandra. Elas foram orientadas a retornar até o Hospital da Mulher Heloneida Studart, mas acabaram procurando outros locais.

Sem conseguir atendimento em diferentes unidades hospitalares, em 4 de março, Alessandra foi internada no Hospital Maternidade Fernando Magalhães e depois transferida para o Hospital Municipal Sousa Aguiar. Ela recebeu alta só no dia 4 de abril. Um boletim de ocorrência a respeito do episódio foi aberto.

Alessandra

Alessandra trabalhava fazendo tranças e implantando cabelos. Ao lado do sócio Lucas, trabalhava em um salão e já tinha a ideia de abrir mais uma unidade. A trancista reforça que os médicos que a operaram 'tiraram a sua vida'. 

“Como que eu faço isso agora se eu fui vítima dessa atrocidade? Espero que eles não façam isso com mais ninguém, eles não tiram vidas só quando as pessoas vão a óbito. Eles tiraram a minha vida”, disse Alessandra.

Ela afirmou exigir saber o que aconteceu e também espera que o hospital forneça suporte financeiro.