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Notícias / França

Ministro da Educação francês anuncia proibição de túnica muçulmana em escolas

Debate sobre uso da tradicional vestimenta muçulmana em escolas leva em consideração lei sobre símbolos religiosos

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 28/08/2023, às 08h52

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Imagem ilustrativa - Imagem de Weisanjiang por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de Weisanjiang por Pixabay

O novo ministro da educação da França anunciou, no último fim de semana, a proibição do uso da abaya, tradicional túnica muçulmana, em escolas do país. A decisão se tornou um dos grandes destaques nos jornais nesta segunda-feira, 28.

O ministro afirmou, em entrevista concedida ao canal TF1, na noite de domingo, 27: "Decidi que o uso da abaya será proibido na escola". Ele alegou que a razão por trás disso é que "quando entramos em uma sala de aula, não devemos ser capazes de identificar a religião dos alunos apenas olhando para eles".

Segundo informações da agência de notícias RFI, uma lei implementada em março de 2004 proíbe o uso de símbolos religiosos nas instituições de ensino francesas. De acordo com a fonte, o objetivo dessa lei seria assegurar a aplicação do princípio de laicidade no país.

Segundo o jornal Le Figaro, a declaração de Attal satisfaz as expectativas de diretores, educadores e outros profissionais, que aguardavam uma posição do governo francês sobre esse assunto. Até então, a decisão de permitir ou proibir o uso da vestimenta nas escolas recaía sobre eles.

Religioso ou cultural?

Segundo o periódico francês, a incerteza reside em questionar se a túnica utilizada em nações do norte da África e do mundo árabe tanto por homens quanto por mulheres possui uma conotação religiosa contrária à legislação do país.

O Conselho Francês de Culto Muçulmano (CFCM) expressou em junho que a abaya é um vestuário de natureza cultural. Contudo, como lembra o Le Parisien, o debate persiste.

Para o sociólogo Jean Baubérot a decisão do governo apresenta uma "concepção punitiva da laicidade", que eventualmente será mal compreendida, desconsiderada e contribuirá para uma série de proibições. O especialista adverte que "focar na vestimenta vai além da lei sobre a laicidade que proíbe o porte de símbolos religiosos".