Achado morto na prisão, Gennady Lopyrev é o segundo membro militar do alto escalão da Rússia a morrer nas últimas 24 horas
O general russo Gennady Lopyrev, de 69 anos, preso por saber segredos do presidente Vladimir Putin, foi encontrado morto na prisão. Lopyrev é o segundo membro militar do alto escalão da Rússia a morrer nas últimas 24 horas.
Antes dele, o corpo do coronel Gennady Zhidko, de 58 anos, foi encontrado ontem, 16, horas depois dele ter sido expulso do comando militar. As mortes ainda são um grande mistério dentro do país.
Na última segunda-feira, 14, conforme relatou o The Sun, Gennady Lopyrev passou a apresentar dificuldades para respirar. A equipe médica que o atendeu disse que o general tinha leucemia, doença que não havia sido diagnosticada antes. Por conta disso, há suspeitas que ele, na verdade, possa ter sido envenenado.
Horas antes de ser atendido clinicamente, Lopyrev havia conversado com seu filho, identificado apenas como Alexander, que relatou que Gennady "parecia saudável" antes de reclamar da condição. Por conta disso, classificou o óbito como "suspeito".
Falei com o chefe de sua unidade médica, que disse que seu exame cardíaco voltou normal, e os pulmões estavam limpos. É difícil dizer exatamente o que aconteceu. Estávamos nos preparando para solicitar sua liberdade condicional, porque era hora [de solicitar]. E agora essa ligação [para dizer que ele havia morrido]. É tudo muito estranho e muito rápido", declarou.
Como relatou o jornal O Globo, o general era integrante do Serviço de Proteção Federal. O homem, aliás, teria supervisionado pessoalmente a construção do Palácio Gelendzhik — localizado no Mar Negro, a mansão privada teria sido erguida com dinheiro público para uso de Putin, o que Moscou nega veementemente.
Em 2021, Alexei Navalny, opositor político de Putin, já havia declarado que Lopyrev era conhecedor de todos os detalhes da obra e de seu financiamento. O custo do Palácio Gelendzhik teria sido em torno de 1,37 bilhão de dólares.
O general Gennady Lopyrev foi condenado a dez anos de prisão em 2017. Segundo as acusações, o militar do alto escalão russo recebeu propina e possuía munição de forma ilegal. Ele sempre negou as acusações — das quais críticos do governo afirmavam que haviam sido forjadas.
