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Notícias / Arqueologia

Moeda romana até então considerada falsa confirma existência de imperador, aponta estudo

Feita de ouro, moeda com retrato de Esponsiano foi considerada falsa durante séculos

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 24/11/2022, às 12h33

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Moeda com o retrato de Esponsiano - Divulgação / Pearson et al / Plos One
Moeda com o retrato de Esponsiano - Divulgação / Pearson et al / Plos One

Uma moeda de ouro bastante antiga e que vinha sendo considerada falsa há séculos foi considerada verdadeira por uma nova pesquisa, liderada pelo professor da University College London (UCL), no Reino Unido, Paul Pearson.

Com a confirmação da autenticidade da moeda, que data do século 3, os pesquisadores também chegaram à conclusão que a figura nela estampada, o imperador romano Esponsiano, de fato existiu.

O item foi encontrado na Transilvânia há mais de 300 anos e, por ser considerado falso, foi mantido dentro do armário do Museu Hunterian, da Universidade de Glasgow, na Escócia, junto a outras três moedas.

Novas conclusões

Publicada no jornal Plos One na última quarta-feira, 23, a nova pesquisa, no entanto, revelou que a presença de marcas de arranhões nos objetos apontam que eles estiveram em circulação.

"O que encontramos é um imperador. Ele era uma figura que foi considerada uma farsa e descartada pelos especialistas. Mas achamos que ele era real e teve um papel na história", disse Pearson à BBC News.

As quatro moedas foram analisadas a partir do uso de um microscópio, que confirmou que havia arranhões nos objetos, os quais teriam sido causados pelo atrito entre os itens dentro de bolsas.

Moeda com o retrato de Esponsiano / Crédito: Divulgação / Pearson et al / Plos One

Além disso, uma análise química mostrou que as moedas teriam ficado enterradas no solo ao longo de centenas de anos, como afirma Jesper Ericsson, curador de moedas do museu que trabalhou com Pearson na pesquisa. O próximo passo, segundo os pesquisadores, é entender quem foi Esponsiano.

Teoria

A principal teoria é de que ele teria sido um comandante militar que foi forçado a assumir o papel de imperador da província mais longínqua do império romano, a Dácia.

Segundo a fonte, a região em questão foi isolada do restante do império romano por volta do ano 260 d.C., época em que os romanos enfrentavam uma pandemia e uma guerra civil, que ameaçavam o império.

"Nossa interpretação é que ele estava encarregado de manter o controle dos militares e da população civil porque eles estavam cercados e completamente isolados", disse Ericsson. "Para criar uma economia funcional na província, eles decidiram cunhar suas próprias moedas", apontou.

A teoria, segundo a BBC, explicaria o motivo pelo qual as moedas são diferentes das de Roma. "Eles podiam não saber sequer quem era o verdadeiro imperador porque havia uma guerra civil", considerou Pearson. "Mas o que eles precisavam era de um comandante militar supremo na ausência do poder real de Roma. Ele assumiu o comando em um período em que era necessário haver liderança."

+ Confira aqui o estudo completo.