Considerada uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa, ela era a integrante atual mais longeva da Academia
Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/02/2023, às 15h19
Cleonice Berardinelli, professora e escritora, morreu nesta terça-feira (31) no Rio de Janeiro, aos 106 anos de idade. Ela, que era considerada uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa e a primeira a escrever uma tese sobre Fernando Pessoa, ocupava a oitava cadeira da Academia Brasileira de Letras, a ABL.
A informação, que foi confirmada pela ABL e publicada pela Folha, é de que Berardinelli era a integrante atual mais longeva da Academia. Ela foi eleita para a organização em 2009, quando tinha 93 anos, e se tornou a sétima mulher a entrar no grupo.
Cleonice, que era acadêmica pela ABL e por vocação, estudou Letras Neolatinas na USP e foi professora por mais de 50 anos. Ela escreveu e organizou obras acadêmicas importantes como “Antologia do Teatro de Gil Vicente” (1971), “Fernando Pessoa. Obras em Prosa” (1975) e “Sonetos de Camões” (1980).
A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição cultural que existe desde 1897 no Rio de Janeiro que tem como objetivo “o cultivo da língua e da literatura nacional”, de acordo com seu próprio website. O primeiro presidente da ABL foi Machado de Assis.
A ABL tem 40 membros “efetivos e perpétuos”, que continuam homenageados como “imortais” mesmo depois de morrerem e saírem da Academia. A organização também conta com 20 sócios correspondentes estrangeiros.
Em 2022, grandes nomes da cultura brasileira entraram na ABL como novos imortais, como Gilberto Gil e Fernanda Montenegro. A Academia completou, no ano passado, 125 anos de existência.
