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Notícias / Austrália

Mural aborígene encontrado na Austrália apresenta marcas de profanação europeia contra símbolos locais

Imagens nativas no local foram riscadas ou sofreram interferência com novas marcações de colonos europeus, em cenário de conflito que envolveu até a suástica

André Nogueira Publicado em 19/05/2020, às 07h00 - Atualizado às 07h47

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Caverna à beira do rio - Universidade de Flinders
Caverna à beira do rio - Universidade de Flinders

Foi descoberto, na Austrália, um abrigo em meio a rochas que revelou uma série de marcações rupestres de aborígenes e europeus coloniais em meio às Terras Fluviais, revelando amostras do conflito entre as comunidades durante a invasão britânica. Muitos símbolos europeus interferiram ou sobrepuseram marcações indígenas anteriores, incluindo uma suástica.

As 188 gravuras seriam relevantes fontes do conflito colonial australiano e de atritos europeus anteriores à Segunda Guerra Mundial, segundo arqueólogos da Universidade de Flinders. Com grande significado simbólico, o abrigo originalmente aborígene aparece como representação do esforço etnocida e transgressor das campanhas europeias.

Mural descoberto / Crédito: Divulgação

Amy Roberts, principal autora da descoberta, afirma que “dos 188 motivos identificados, restava apenas uma gravura que poderia ser positivamente identificada como um design aborígine pré-europeu - um motivo" semelhante a uma árvore "", sendo “o restante das inscrições históricas identificáveis” uma “obra de membros de expedições punitivas / conflitos de fronteira, colonos europeus locais e um aborígene não local. Dos motivos que podem ser identificados com segurança, um incorpora uma suástica, gravada em 1932. ”

As primeiras intervenções europeias foram realizadas por policiais em ação punitiva contra os nativos. "É improvável que os membros do partido policial não tenham conhecimento dessa profanação deliberada quando adicionaram seus nomes à frente do abrigo", lembra Heather Burke, coautora do estudo e professora da Universidade de Flinders. Esses atos de profanação seriam um dos primeiros da ocupação europeia na região, na década de 1840.