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Notícias / Arqueologia

Novo estudo sugere que maias tinham economia de mercado

Troca de obsidiana pode ser mais parecida com nossa economia do que pesquisadores imaginavam

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/01/2023, às 17h00

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Artefatos de obsidiana encontrados na região de Q'umarkaj - Divulgação/Washington State University
Artefatos de obsidiana encontrados na região de Q'umarkaj - Divulgação/Washington State University

Há mais de 500 anos, os maiascompravam e vendiam bens de uma maneira parecida com uma economia de mercado, sem muito controle dos seus governantes. Pelo menos é isso que um novo estudo, publicado na revista Latin American Antiquity da editora da Universidade de Cambridge, aponta. As informações são da Washington State University.

A pesquisa mostra que a elite quiché da civilização Maia não se preocupava em controlar o comércio de obsidiana - uma rocha vulcânica - que ocorresse fora da região central onde tinham controle. Nessas áreas, redes independentes de aquisição da rocha se formaram e, com o tempo, se transformaram em um sistema que parece com uma economia de mercado contemporânea.

Rachel Horowitz, a principal autora do estudo, disse que na área em que foi realizada a pesquisa, que se encontra onde hoje fica a Guatemala, as pessoas pareciam ter liberdade econômica a ponto de poder ir até lugares parecidos com os supermercados de hoje para vender e comprar materiais dos artesãos.

Organização econômica 

Apesar dos muitos registros escritos sobre a organização política dos maias, não se sabe muito sobre como as elites sociais controlavam o poder econômico. Horowitz, então, decidiu pesquisar esse aspecto examinando a produção e distribuição de artefatos de obsidiana, que são usados pelos arqueólogos para entender o nível de desenvolvimento econômico de certa região.

Análises geoquímicas e tecnológicas de artefatos de obsidiana escavados nos arredores da capital quiché de Q’umarkaj mostram de onde o material veio e quais técnicas foram usadas em sua manufatura.

Os resultados das análises mostraram que, apesar do alto nível de controle na região perto da capital, outras regiões conquistadas pelos quiché tinham acesso a fontes próprias de obsidiana e desenvolveram redes de manufatura e comércio em cima disso.

“Por muito tempo, houve essa ideia de que as pessoas no passado não tinham economias de mercado, o que, quando você pensa sobre isso, é meio estranho. Por que essas pessoas não tinham mercados no passado?”, explicou Horowitz. “Quanto mais olhamos para isso, mais percebemos que havia muitas maneiras diferentes pelas quais a vida dessas pessoas era semelhante à nossa.”

Horowitz ainda disse que “quanto mais olhamos, mais percebemos que existem diversas maneiras nas quais as vidas dessas pessoas eram parecidas com as nossas”.