Organização teria alertado o governo brasileiro sobre a contaminação por mercúrio, a disseminação da malária e o agravamento da desnutrição
Pouco após a divulgação de imagens de indígenas Yanomami em estado de grave desnutrição, que circularam o mundo, a ONU declarou estar "profundamente preocupada" com a situação. A organização, que disse estar acompanhando de perto a crise, ressaltou porém que alertou as autoridades brasileiras para esse terrível cenário.
"A mineração ilegal tem causado um grande impacto nessas populações, em particular nos territórios yanomami", disseram as Nações Unidas. "Em maio do ano passado, um representante do nosso Escritório participou da celebração do 30º aniversário da demarcação do território Yanomami e recebeu testemunho direto sobre a contaminação por mercúrio, a disseminação da malária e o agravamento da desnutrição causada pelas atividades comerciais", afirmou.
Segundo informações do portal UOL, a entidade ainda destacou que a ex-alta comissária de Direitos HumanosMichelle Bachelet também se reuniu com a liderança yanomami no ano de 2021 e teria abordado sobre o tema em diferentes ocasiões. "Manifestamos nossas preocupações específicas, em inúmeras ocasiões, junto a várias autoridades brasileiras", declarou o órgão.
De acordo com o Alto Comissariado, é "urgente que o Brasil tome medidas concretas para reavivar a adesão aos direitos humanos e ao Estado de direito, e acabar com a violência e a discriminação".
"O país precisa garantir a segurança dos povos indígenas, conter as atividades de mineração e enfrentar a impunidade que permeia os crimes das empresas privadas ilegais, bem como restabelecer o acesso aos direitos humanos econômicos, sociais e culturais", disse a organização, que apontou que a volta da demarcação de terras indígenas é uma medida prioritária.
