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Notícias / Platão

Problema musical: Antigo texto revela detalhes sobre a última noite de Platão

O documento em questão também revela local em que o filósofo teria sido enterrado, mas novas análises mostram detalhes de última noite; confira!

Estátua de Platão - Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons
Estátua de Platão - Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons

Em uma descoberta emocionante, pesquisadores italianos utilizaram tecnologia de ponta para decifrar pergaminhos antigos que podem finalmente revelar o local de sepultamento do filósofo gregoPlatão e suas últimas palavras sobre a música tocada em seu leito de morte.

Esses pergaminhos, conhecidos como papiros de Herculano, foram carbonizados após a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. e, desde sua descoberta, têm sido meticulosamente examinados por especialistas usando inteligência artificial e outras ferramentas inovadoras.

Graziano Ranocchia, professor da Universidade de Pisa, destacou para a CNN uma das revelações mais intrigantes: Platão pode ter sido enterrado em um jardim secreto perto do santuário das Musas dentro da Academia Platônica de Atenas, um local reservado exclusivamente para ele. Anteriormente, sabia-se apenas que ele havia sido sepultado na academia, sem a precisão do local.

O texto recém-decifrado também oferece detalhes sobre a última noite de Platão, revelando que ele não apreciava a música tocada em seus momentos finais. Contrariando a crença anterior de que as "notas doces" tocadas por uma escrava da Trácia eram do agrado do filósofo, os pergaminhos indicam que, apesar da febre alta,Platão considerava a música da flauta com "senso de ritmo escasso", também segundo a CNN.

Ele estava com febre alta e estava incomodado com a música que eles estavam tocando”, disse Ranocchia.

Venda como escravo

Além disso, o texto esclarece as circunstâncias da venda de Platão como escravo. Anteriormente, acreditava-se que ele havia sido vendido em 387 a.C., na Sicília. No entanto, os pergaminhos sugerem que a venda ocorreu em 399 a.C., após a morte de Sócrates, ou em 404 a.C., na ilha de Egina, após sua conquista pelos espartanos.

Busto do filósofo Platão - Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons

Os pergaminhos de Herculano, cerca de 1.800 no total, foram descobertos no século 18 em uma construção que se acredita ter pertencido ao sogro de Júlio César, em Herculano, uma cidade litorânea próxima a Pompeia.

Para decifrar os textos parcialmente destruídos, os especialistas combinam inteligência artificial com técnicas como tomografia óptica de coerência e tecnologia hiperespectral infravermelha de imagem latente.

A última descoberta significativa, proveniente de uma passagem com mais de 1.000 palavras, representa cerca de 30% do texto original e foi decifrada e re-decifrada no último ano. As descobertas foram apresentadas na Universidade de Nápoles em 23 de abril por Ranocchia.

Bolsa generosa

Esses avanços foram possíveis graças a uma bolsa de € 2,5 milhões da União Europeia (ERC – European Research Council) concedida em 2021. O projeto, denominado Escolas Gregas, é um estudo de cinco anos que utiliza diversas tecnologias e métodos para decifrar os frágeis papiros.

Kilian Fleischer, editor do projeto Escolas Gregas em Nápoles, destacou para a CNN o impacto da descoberta: “O aumento no texto corresponde aproximadamente à descoberta de 10 novos fragmentos de papiro de tamanho médio”. “As novas leituras muitas vezes se baseiam em fatos novos e concretos sobre a Academia de Platão, a literatura helenística, Filodemo de Gadara e a história antiga em geral”.