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Notícias / Faixa de Gaza

ONU encontra evidências 'claras e convincentes' de abuso sexual de reféns em Gaza

Enviada especial da ONU sobre violência sexual ainda aponta que existem "motivos razoáveis" para acreditar que casos continuem ocorrendo

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 05/03/2024, às 10h47

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Escombros de construção em Gaza - Getty Images
Escombros de construção em Gaza - Getty Images

Na última segunda-feira, 4, em declaração à repórteres, Pramila Patten, enviada especial da ONU sobre violência sexual em conflitos, afirmou que uma equipe da entidade encontrou informações "claras e convincentes" de que reféns na Faixa de Gaza foram abusados sexualmente. 

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Segundo a especialista, existem "motivos razoáveis" para acreditar que os casos de violência sexual ainda continuem ocorrendo na região. A enviada especial ainda apontou que a equipe detectou "motivos razoáveis para acreditar que a violência sexual relacionada ao conflito, incluindo estupro e estupro coletivo, ocorreu" no ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro. 

Segundo repercute a CNN Brasil, as afirmações tornam essa a declaração mais clara e definitiva da ONU em relação aos casos de acusações de agressões sexuais após o episódio. 

A investigação

Sob liderança de Pramila Patten uma equipe da ONU esteve em Israel por cerca de duas semanas (entre os dias 29 de janeiro e 14 de fevereiro), onde iniciaram uma missão "com o objetivo de coletar, analisar e verificar informações sobre a violência sexual relacionada ao conflito" de 7 de outubro e seus desdobramentos. O resultado foi um relatório de 24 páginas

Durante uma declaração a repórteres, Patten ressaltou que a missão à frente da ONU "não foi planejada para ser de natureza investigativa". De acordo com a enviada especial, a equipe liderada por ela participou de 33 reuniões com instituições israelitas durante o período. 

Além disso, 34 pessoas foram entrevistadas, como sobreviventes, testemunhas do ataque e reféns que foram libertos. A equipe da ONU também ficou responsável por rever cerca de 50 horas de gravações em vídeo do ataque de 7 de outubro. 

"Apesar dos nossos esforços", salientou Pramila Patten, os profissionais não tiveram contato e não conseguiram se encontrar com nenhuma vítima de violência sexual. "Logo no primeiro dia, fiz um apelo para que os sobreviventes se apresentassem". 

Mas recebemos informações de que alguns deles estavam recebendo tratamento de trauma muito especializado e não estavam preparados para se manifestar", relatou. 

O Hamas, por sua vez, segundo a CNN, nega que seus membros tenham cometido crimes de tal natureza durante o ataque em 7 de outubro.

"Rejeitamos e denunciamos veementemente a coordenação de alguns meios de comunicação ocidentais com as campanhas enganosas sionistas que promovem mentiras infundadas e alegações destinadas a demonizar a resistência palestina, a última das quais é a alegação de que membros da resistência cometeram ‘violência sexual’ durante a Batalha de Inundação em Al-Aqsa em 7 de outubro", rebateu o gabinete político do Hamas em um comunicado divulgado no Telegram em dezembro do ano passado.