Resgate demorou várias horas para ser mobilizado, ainda que a embarcação levasse cerca de 400 pessoas
Ingredi Brunato Publicado em 10/04/2023, às 16h51
Na madrugada do último domingo, 9, a Alarm Phone, uma linha telefônica que oferece suporte para imigrantes tentando cruzar o Mar Mediterrâneo em direção ao continente europeu, relatou através de suas redes sociais que havia uma embarcação com 400 pessoas à deriva na região entre a Ilha de Malta e a Itália.
A entidade acrescentou ainda que já havia notificado as autoridades a respeito da situação de urgência, porém não parecia ter ocorrido nenhuma mobilização no sentido de resgatar os refugiados.
Vale acrescentar que, ainda de acordo com a Alarm Phone, várias pessoas a bordo do barco precisavam de "atenção médica", entre elas uma mulher grávida, uma criança e uma pessoa deficiente.
O meio de transporte, que estava sem capitão e havia atravessado uma tempestade durante aquela noite, corria o risco de afundar devido à entrada de água em seu casco.
Eles relatam ondas altas e vento forte. Ainda assim, nenhum resgate está à vista! Não os abandone no mar, resgate-os agora!", escreveu o órgão através de sua conta no Twitter.
Uma ONG alemã, Sea Watch, que, como a Alarm Phone, atua no Mediterrâneo, ajudando os imigrantes que buscam fazer a arriscada travessia marítima em busca de uma vida melhor na Europa, também foi às redes para falar da embarcação.
Encontramos um barco com cerca de 400 pessoas em perigo. Perto dele existem 2 navios mercantes que receberam ordens de não resgatá-los. Em vez disso, Malta pediu a um para abastecer o barco apenas com combustível e água. 400 pessoas estão em perigo iminente de morte. A União Europeia deve agir imediatamente!", clamou a organização não governamental.
Foi apenas nesta segunda-feira, 10, que a Guarda Costeira da Itália realizou uma bem-sucedida operação de resgate aos refugiados de dois barcos diferentes — que carregam, no total, 1.200 indivíduos em situação de emergência, conforme repercutiu a Reuters. As autoridades maltesas, por sua vez, não se manifestaram a respeito do caso.
