Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Ciência

Penas de 99 milhões de anos revelam mistérios de aves pré-históricas

Preservadas em âmbar, penas podem ajudar a entender como algumas aves sobreviveram ao evento que dizimou os dinossauros

Éric Moreira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 18/07/2023, às 08h26 - Atualizado às 08h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ilustração de como teria sido pássaro cujas penas foram encontradas, e âmbar com pena preservada - Divulgação/Shundong Bi
Ilustração de como teria sido pássaro cujas penas foram encontradas, e âmbar com pena preservada - Divulgação/Shundong Bi

Graças às ciências, muito do que ocorreu ao longo da história do planeta já pôde ser compreendido e desvendado, como, por exemplo, a verdadeira razão para a extinção dos dinossauros. Ainda assim, cada novo achado acerca dos gigantes que dominavam o globo abre mais portas para compreender como se deu o fenômeno da grande extinção.

Visto isso, um estudo recentem publicado na revista Cretaceous Research apresentou uma descoberta de penas fossilizadas em âmbar que, há 99 milhões de anos, pertenceram a um filhote de uma espécie de ave já extinta; esse achado, por sua vez, pode ajudar a compreender como ocorreu a extinção somente de algumas aves no evento que dizimou os dinossauros

Conforme explicado pela Revista Galileu, é comum observar em pássaros modernos e pré-históricos a característica de trocarem de penas ao longo de sua vida. Sendo essenciais para que esses animais possam voar, nadar, se camuflar, atrair parceiros, se aquecer e proteger dos raios solares, a chave para a extinção seletiva de animais pode se dar também por elas.

Extinção seletiva

Hoje, as aves são classificadas em dois grupos no que se refere à troca de penas: altriciais e precociais. As primeiras nascem nuas e costumam ser indefesas no início de suas vidas, dependendo dos pais para se aquecer, proteger e alimentar; as outras, por sua vez, já nascem com penas e são bastante autossuficientes.

Porém, as penas encontradas dentro de um âmbar, provavelmente pertencentes ao grupo de aves pré-históricas conhecido como Enantiornithines, sugerem que algumas espécies do passado tinham um processo um pouco diferente: ainda que sofressem uma mudança acelerada em suas penas, enfrentava desafios críticos no período.

Este espécime mostra uma combinação totalmente bizarra de características precociais e altriciais", afirma a paleontóloga Jingmai O'Connor, do Museum Field de Chicago, nos Estados Unidos, em comunicado. "Todas as penas do corpo estão basicamente no mesmo estágio de desenvolvimento, então isso significa que todas as penas começaram a crescer simultaneamente, ou quase simultaneamente."

Logo, a pesquisadora acredita que a espécie cujas penas foram encontradas, muito possivelmente a já extinta Enantiornithines, pode ter se extinguido na mesma época em que os dinossauros. Isso porque, quando o asteroide atingiu a Terra, as temperaturas globais teriam despencado, e os recursos ficaram escassos; assim, seria necessário mais energia para essas aves se manterem aquecidas, mas não haviam recursos para tal.

"Não acho que haja uma razão específica para que as aves da coroa, o grupo que inclui as aves modernas, tenham sobrevivido. Acho que é uma combinação de características. Mas acho que está ficando claro que a muda pode ter sido um fator significativo no qual os dinossauros conseguiram sobreviver", conclui Jingmai O'Connor.