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Notícias / Terra

Placas tectônicas podem ter surgido há 3,6 bilhões de anos, sugere pesquisa

Crosta única de nosso planeta é característica fundamental para a existência da vida na Terra

Fabio Previdelli Publicado em 15/05/2021, às 08h42

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Imagem do planeta Terra - Getty Images
Imagem do planeta Terra - Getty Images

Graças a um estudo feito com os zircões, o mineral mais antigo já encontrado na Terra, pesquisadores descobriram que as placas tectônicas modernas de nosso planeta surgiram há cerca de 3,6 bilhões de anos. 

Como explica matéria da Europa Press, a Terra é o único planeta conhecido a abrigar vida complexa, e essa capacidade existe graças a uma característica única: as placas tectônicas, afinal, nenhum outro corpo planetário que se tem conhecimento atualmente possui uma crosta dinâmica como o nosso, que é dividido em placas continentais que se moveram, romperam e colidiram uma com as outras durante eras.  

A pesquisa foi liderada pelo geólogo Michael Ackerson, do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, nos Estados Unidos, e foi divulgada na última sexta-feira, 14, na revista Geochemical Perspectives Letters.

Para chegar a tal conclusão, ele analisou zircões do tamanho de laranjas que vieram de Jack Hills, na Austrália. Cada um desses minerais tinha cerca de 4,3 bilhões de anos, ou seja, eles já se formaram por aqui quando a Terra era praticamente uma ‘criança’, com apenas cerca de 200 milhões de anos. 

Para analisar bilhões de anos no passado da Terra, Ackerson e sua equipe coletaram 15 rochas e as reduziram às suas menores partes constituintes, minerais, triturando-as em areia. Como os zircões são muito densos, fica relativamente mais fácil de separá-los do resto da areia com um método semelhante à garimpagem de ouro. 

Dos 3.500 fragmentos analisados, cada um com a grossura de apenas alguns fios de cabelo humanos, 200 estiveram aptos ao estudo. Medindo sua composição química com um espectrômetro de massa, os testes revelaram a idade e a química subjacente de cada zircão, explica a Europa Press. 

A presença de alumínio em cada fragmento também foi estudada, o que esclareceu que zircões com alto teor deste elemento químico só são produzidos em casos raros, o que permitiu aos estudiosos usar a presença do material para compreender o que estava “acontecendo” na Terra no período em que cada rocha se formou.  

Assim, Ackerson e sua equipe descobriram que houve um aumento considerável na concentração de alumínio em zircões há cerca de 3,6 bilhões de anos. "Essa mudança de composição provavelmente marca o início das placas tectônicas modernas e pode sinalizar o surgimento de vida na Terra", explicou o geólogo. "Mas precisaremos fazer muito mais pesquisas para determinar as conexões dessa mudança geológica com as origens da vida”.