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Notícias / História

Por que Oxford foi a "capital do assassinato" da Inglaterra Medieval?

Comparação de números de assassinatos em cidades da Inglaterra Medieval coloca Oxford em destaque; entenda!

Redação Publicado em 02/10/2023, às 11h34

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Antiga ilustração medieval com cena de assassinato - Foto por kladcat pelo Wikimedia Commons
Antiga ilustração medieval com cena de assassinato - Foto por kladcat pelo Wikimedia Commons

Recentemente, pesquisadores que compõem o projeto Medieval Murder Maps ("mapas de assassinato medieval", em português) mapearam casos de homicídios conhecidos na Inglaterra Medieval nas cidades de Londres, York e Oxford. Comparando os resultados, que colocam Oxford em evidência devido ao maior número, esta cidade agora pode ser considerada a "capital do assassinato" da época.

A cidade, que possui uma das universidades mais antigas do mundo — evidências sugerem que ela já operava no ano 1.096 —, tinha de 60 a 75 assassinatos para cada 100 mil pessoas mortas, o que é 4 ou 5 vezes mais que Londres e York. Além disso, se o número de assassinatos espanta se comparado aos dados da Inglaterra Medieval, hoje seriam ainda mais chocantes: a taxa de homicídios em Oxford no século 14 (1.301 - 1.400) era cerca de 50 vezes maior que as taxas atuais das cidades inglesas.

+ A Universidade de Oxford é mais antiga que o Império Asteca?

O projeto, divulgado na última quarta-feira, 27, pela Universidade de Cambridge, também da Inglaterra, destaca que a principal razão para Oxford ter mais casos de assassinatos que as outras cidades no período em questão se deve principalmente à sua histórica população estudantil. Isso porque a grande concentração de jovens universitários — com idades entre 14 e 21 anos — do sexo masculino e bebidas alcoólicas costumava ser um "barril de pólvora" para a violência.

Estudantes briguentos

"Os estudantes de Oxford eram todos do sexo masculino e normalmente tinham idades entre 14 e 21 anos, o auge da violência e da assunção de riscos. Eram jovens livres de controles rígidos de famílias, paróquias ou guildas, e lançados a um ambiente cheio de armas, com amplo acesso a cervejarias e profissionais do sexo", descreve Manuel Eisner, principal investigador do projeto e diretor do Instituto de Criminologia de Cambridge, em comunicado.

Vale destacar ainda que a cidade era um dos centros de aprendizagem mais importantes de toda a Europa no passado, tendo uma população de cerca de 7 mil pessoas, e 1,5 mil estudantes. "Muitos alunos pertenciam a fraternidades regionais chamadas 'nações', uma fonte adicional de conflito dentro do corpo discente", complementa Eisner.

Um caso bastante notório, conforme divulgado pela Revista Galileu, é o descrito em uma noite de 1298, na antiga Oxford Medieval, quando uma discussão entre estudantes em uma taverna desencadeou uma briga de rua munida com espadas e machados de batalha. Um legista registrou a morte de um estudante, John Burel, com "um ferimento mortal no topo da cabeça, de 15 centímetros de comprimento e profundidade atingindo o cérebro".