Mohammad Shtayyeh é primeiro-ministro da Palestina desde 2019, e renunciou nesta segunda-feira, 26, em meio aos conflitos com Israel
Éric Moreira Publicado em 26/02/2024, às 08h11 - Atualizado às 09h00
Nesta segunda-feira, 26, Mohammad Shtayyeh, primeiro-ministro da Palestina, renunciou ao cargo. Membro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), seu poder sob Gaza ruiu em 2007, após uma luta contra o Hamas na região, que é governada desde então pelos extremistas.
Segundo o próprio Shtayyeh, sua renúncia foi motivada pelo fato de que Gaza precisará entrar em uma nova fase de governo em breve, considerando-se a realidade atual da região. Ele disse, segundo o g1, que decidiu "à luz dos fatos relacionados com a agressão contra a Faixa de Gaza e a escalada na Cisjordânia e Jerusalém."
+ Primeiro-ministro de Israel convoca reunião após Lula comparar Gaza com o Holocausto
Apresentei a demissão do governo ao presidente [do Estado Palestino, Mahmud Abbas] em 20 de fevereiro e a submeto hoje por escrito", afirmou à Reuters.
Vale mencionar que já há cerca de 17 anos a liderança política da Palestina é dividida entre a Autoridade Nacional Palestina (ANP), na Cisjordânia, e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, segundo o g1.
Porém, nas palavras de Shtayyeh, "[o novo momento] exigirá acordos governamentais e políticos que levem em conta a realidade emergente na Faixa de Gaza, bem como a necessidade urgente de um consenso palestino." Ele também acredita que "é necessária a extensão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) sobre todo o território."
Agora, embora o primeiro-ministro tenha anunciado sua renúncia, o pedido ainda deve ser aceito por Abbas. Este, porém, ainda pode pedir que ele permaneça como interino até que seja finalmente nomeado um substituto.
+ Geopolitica, religião e disputa: Como começou o conflito entre a Palestina e Israel
Agora, o Fatah — um partido político palestino — e o Hamas vem se esforçando para tentar chegar em um acordo sobre o governo da unidade, para o qual devem se encontrar na próxima quarta-feira, 28, para debater o assunto.
A renúncia de Shtayyeh só faz sentido se ocorrer um acordo de consenso nacional sobre os preparativos para a próxima fase [de Gaza]", finalizou à Reuters Sami Abu Zuhri, integrante da alta cúpula do Hamas.
