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Notícias / Astronomia

Quantidade de água na Lua pode ser menor do que se pensava, conclui estudo

Nova conclusão foi obtida após análises de zonas sombreadas da superfície lunar; entenda!

Redação Publicado em 19/09/2023, às 11h14

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Fotografia da Lua - Foto por Gregory H. Revera pelo Wikimedia Commons
Fotografia da Lua - Foto por Gregory H. Revera pelo Wikimedia Commons

Há anos, cientistas e astrônomos do mundo todo estudam, entre outros elementos, a possibilidade de se encontrar água na Lua, tendo já sido descobertas evidências de que exista gelo nas regiões mais frias do satélite natural. No entanto, um estudo recente sugere que, por mais que a substância possa ser encontrada, a quantidade deve ser bem menor que a esperada por muitos.

O estudo, publicado no último dia 13 na revista Science Advances, foi desenvolvido por Norbert Schörghofer, do Instituto de Ciência Planetária, e Raluca Rufu, do Instituto Southwest Research, ambas instituições estadunidenses. Para as conclusões, no caso, o que os pesquisadores analisaram foram as chamadas regiões permanentemente sombreadas (PSRs, na sigla em inglês) da Lua, que calcularam ter no máximo 3,4 bilhões de anos.

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De acordo com a Revista Galileu, as sombras das PSRs surgem nos polos da Lua devido à inclinação de seu eixo de rotação, além da própria inclinação orbital. Com isso, essas regiões atingem temperaturas extremamente baixas, possibilitando a existência de gelo — em outros pontos sem sombra da atmosfera lunar, o gelo se transformaria imediatamente em vapor.

Utilizando do AstroGeo22, uma nova ferramenta de simulação da relação entre a Terra e a Lua, os cientistas primeiro calcularam a inclinação axial do astro ao longo do tempo. "Há cerca de 4,1 bilhões de anos, a Lua passou por uma grande reorientação do eixo de rotação, quando sua inclinação atingiu ângulos elevados antes de ser amortecida para a configuração que vemos hoje", explica Raluca Rufu, que acredita que o sistema Terra-Lua originou-se após o choque entre o planeta primitivo e um outro protoplaneta.

À medida que a inclinação axial diminuía, as PSRs apareciam nos polos e cresciam com o tempo", acrescenta.

Logo, como no passado as PSRs eram menores, e somente nelas seria possível encontrar gelo, a quantidade da substância que pode ser encontrada na Lua seria relativa somente às zonas sombreadas do passado, e não às existentes ainda hoje.

Imagem retratando superfície lunar e suas PSRs ao longo do tempo. Zonas em vermelho são de 3,3 bilhões de anos; em verde, de 2,1 bilhões; em azul, próximas à atualidade
Imagem retratando superfície lunar e suas PSRs ao longo do tempo. Zonas em vermelho são de 3,3 bilhões de anos; em verde, de 2,1 bilhões; em azul, próximas à atualidade / Crédito: Divulgação/Schörghofer/Rufu

Vestígios em Cabeus

Entre as várias regiões da Lua analisadas pelos cientistas, uma em específico chama bastante atenção: a cratera de Cabeus, formada há aproximadamente 1 bilhão de anos. Isso porque em 2009 ela foi atingida por destroços do foguete Atlas Centaur, da Nasa, e o impacto levantou uma pluma de detritos, que revelou uma série de elementos químicos voláteis que podem sugerir o aprisionamento de gelo recente ali.

Por fim, Norbert Schörghofer destaca a importância das descobertas de gelo nas PSRs para o planejamento de futuras missões à Lua, objetivamente em busca de água. "A idade dos PSRs determina, em grande parte, a quantidade de gelo de água que poderia ser aprisionada nas regiões polares lunares", afirma.