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Notícias / Arqueologia

Quase 400 fósseis de 470 milhões de anos são encontrados por amadores

Na França, dois paleontólogos amadores encontraram cerca de 400 fósseis da mais variada gama de animais, que viveram há 470 milhões de anos

Redação Publicado em 12/02/2024, às 17h08

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Fósseis descobertos por Eric Monceret e Sylvie Monceret-Goujon - Reprodução/Nature Ecology & Evolution
Fósseis descobertos por Eric Monceret e Sylvie Monceret-Goujon - Reprodução/Nature Ecology & Evolution

Dois paleontólogos amadores descobriram cerca de 400 fósseis de 470 milhões de anos atrás, período conhecido como Ordoviciano Inferior. Os achados incluem uma variedade de itens, como conchas, fragmentos fisiológicos e tecidos moles, como sistemas digestivos e revestimentos cuticulares, de vários grupos do reino animal. Esses fósseis foram, em sua maioria, preservados em óxidos de ferro.

A descoberta ocorreu na região de Montagne Noire, no sul da França, que durante aquele período estava próxima do Polo Sul atual. Os pesquisadores da Faculdade de Geociências e Meio Ambiente da Universidade de Lausanne (UNIL), encarregados das primeiras descrições dos fósseis, ficaram impressionados com a preservação e a diversidade do ecossistema encontrado, e batizaram o depósito de Biota de Cabrières.

Conforme repercutido pelo site da revista Galileu, Eric Monceret e Sylvie Monceret-Goujon, os amadores responsáveis pela descoberta, estão empolgados com o que encontraram. “Estamos prospectando e procurando fósseis desde os vinte anos”, disse Eric em um comunicado. “Quando nos deparamos com esta incrível biota, entendemos a importância da descoberta e passamos do espanto para a excitação”, completou Sylvie.

Refúgio climático

As observações iniciais revelaram uma alta biodiversidade de artrópodes (um grupo que inclui milípedes e camarões) e cnidários (como águas-vivas e corais), juntamente com uma abundância de algas e esponjas-semelhante ao que é visto nas comunidades polares atuais.

Segundo Farid Saleh, pesquisador da UNIL, essa diversidade sugere que a região funcionou como um tipo de refúgio climático para os animais durante o período do Ordoviciano Inferior, caracterizado por temperaturas elevadas.

Neste momento de intenso aquecimento global, os animais de fato estavam vivendo em refúgios de altas latitudes, escapando das temperaturas equatoriais extremas”, explicou Saleh.

Os achados foram divulgados na última sexta-feira, 9, na revista Nature Ecology & Evolution. Este é o primeiro artigo de um projeto de pesquisa dedicado a grandes escavações paleontológicas, visando oferecer uma compreensão mais detalhada do estilo de vida dos organismos pré-históricos.