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Notícias / Ciência

Reator de fusão nuclear coreano fica 7 vezes mais quente que o Sol por 48 segundos

Também conhecido como "sol artificial", o reator KSTAR superou próprio recorde ao manter temperatura de 100 milhões de graus Celsius por 48 segundos

Éric Moreira Publicado em 02/04/2024, às 08h40

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Reator de fusão nuclear KSTAR - Foto por Michel Maccagnan pelo Wikimedia Commons
Reator de fusão nuclear KSTAR - Foto por Michel Maccagnan pelo Wikimedia Commons

Na última quinta-feira, 28, o Instituto Coreano de Energia de Fusão (KFE), da Coreia do Sul, anunciou que seu famoso reator KSTAR ("Pesquisa Avançada de Tokamak Supercondutor da Coreia", na sigla em inglês), também conhecido pelo apelido de "sol artificial", superou um recorde impressionante para a ciência recentemente.

Isso porque, conforme divulgado pela Revista Galileu, ele manteve uma temperatura iônica de 100 milhões de graus Celsius (o que supera em 7 vezes a temperatura do nosso Sol) durante 48 segundos. O recorde anterior também era do KSTAR, e foi registrado em 2020, quando o reator manteve a temperatura por 20 segundos.

Sendo este um dos mais importantes reatores de fusão nuclear do planeta, a equipe envolvida no projeto conseguiu superar a marca após instalar um novo desvio de tungstênio — um dos metais mais resistentes do mundo — no reator, que "permitiram alcançar resultados que superam os dos registros anteriores do KSTAR em um período curto", conforme informa Si-Woo Yoon, diretor do Centro de Pesquisa KSTAR, em comunicado.

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Os pesquisadores pontuam que esses desviadores são responsáveis justamente por suportar a intensidade do calor no interior do reator, e mostraram uma eficiência bem maior do tungstênio na tarefa que o carbono, utilizado anteriormente. Agora, espera-se suportar temperaturas semelhantes por até 5 minutos até 2026.

Para atingir o objetivo final da operação KSTAR, planejamos melhorar sequencialmente o desempenho dos dispositivos de aquecimento e de acionamento de corrente e também proteger as tecnologias básicas necessárias para operações de plasma de pulso longo e alto desempenho", informa, por fim, Si-Woo Yoon.

Como funciona?

Reatores de fusão nuclear servem, basicamente, para induzir de maneira controlada o processo de fusão nuclear do plasma, quando dois núcleos atômicos se fundem para formar um terceiro ainda mais pesado, em um processo que libera grandes quantidades de energia. Como exemplo, este é o mesmo processo que acontece no Sol, onde átomos de hidrogênio se fundem e criam átomos de hélio.

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Porém, o maior empecilho para a construção de reatores de fusão nuclear pelo mundo é que, além de ser necessária a utilização de materiais extremamente resistentes ao calor, também precisa-se de uma grande quantidade de energia, além de a gravidade da Terra também não ser muito propícia.