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Notícias / Seita

Seita que prega jejum até a morte no Quênia leva 58 pessoas a óbito

Dezenas de cadáveres já foram encontrados, e mais 112 indivíduos se encontram desaparecidos

Ingredi Brunato Publicado em 24/04/2023, às 10h28

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Trecho de reportagem mostrando equipes de busca - Divulgação/Vídeo/CBC News
Trecho de reportagem mostrando equipes de busca - Divulgação/Vídeo/CBC News

Buscas através da floresta de Shakahola, situada na porção leste do Quênia, já revelaram 58 cadáveres, e autoridades acreditam que muitos mais ainda serão descobertos nos próximos dias. Os falecidos são vítimas de uma seita cristã que pratica o jejum extremo. 

A Good News International Church é liderada por Paul Mackenzie Nthenge, que foi preso recentemente após chegarem à polícia denúncias de que seus seguidores estavam morrendo de fome e sendo enterrados em covas rasas na área vegetativa.

A prática drástica de jejuar até morrer, por sua vez, viria da crença que essa recusa a se alimentar faria com que os membros do culto entrassem no reino dos céus.  

Desdobramentos anteriores

O pastor já havia chamado a atenção dos órgãos oficiais há um mês, quando as mortes de duas crianças cujos pais participavam do grupo religioso conduzido por ele fizeram com que se entregasse à polícia. 

Segundo repercutiu o The Guardian, Nthenge teria sido liberto desta prisão anterior após o pagamento de uma fiança. Outro detalhe é que o líder da seita se recusou a comer ou beber durante seu período em custódia. 

Vale mencionar ainda que as autoridades quenianas chegaram a conseguir resgatar 15 sobreviventes da Good News International Church, todos apresentando sinais de desnutrição. Alguns desses, todavia, teriam permanecido jejuando a despeito dos esforços dos órgãos competentes, e quatro vieram a óbito como resultado disso.

Daqui para a frente 

Oficiais de segurança suficientes foram mobilizados e toda a floresta de 800 acres está isolada e declarada cena de crime", afirmou Kithure Kindiki, o ministro do interior do Quênia, através de seu Twitter. 

Além dos 58 corpos já descobertos, existem 112 desaparecidos, de forma que o número de vítimas fatais da seita tende a aumentar — não apenas devido à descoberta de mais covas, mas também pelo estado de inanição dos integrantes, levando-os à morte antes que fossem resgatados. 

Ainda comentando a respeito do episódio, descrito por ele como "o massacre da floresta de Shakahola", Kindiki clamou por maiores regulações relativas à liberdade religiosa, que disse ter sido abusada por Paul Mackenzie Nthenge

Embora o Estado deva continuar respeitando a liberdade religiosa, esse massacre [...] deve levar não apenas à punição mais severa do(s) perpetrador(es) desta atrocidade que tirou tantas almas inocentes, mas também a uma regulamentação mais rígida (incluindo autorregulação) de cada igreja, mesquita, templo ou sinagoga daqui para frente", concluiu o político.