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Notícias / Eça de Queiroz

Transporte dos restos mortais de Eça de Queiroz causa intriga entre herdeiros do escritor

Os restos mortais do famoso escritor estavam previstos para serem transportados na próxima quarta-feira, 27

Redação Publicado em 26/09/2023, às 15h52 - Atualizado às 16h00

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Eça de Queiroz e seus filhos José Maria e Maria na França - Reprodução / Fundação Eça de Queiroz
Eça de Queiroz e seus filhos José Maria e Maria na França - Reprodução / Fundação Eça de Queiroz

O translado dos restos mortais de Eça de Queiroz (1845 – 1900) para o Panteão Nacional português, originalmente planejado para esta quarta-feira, 27, será adiado devido a divergências entre os descendentes do renomado autor de “O primo Basílio”. A Assembleia Nacional havia aprovado a inclusão de Queiroz no Panteão Nacional em 15 de janeiro de 2021, com o apoio de todas as legendas parlamentares, exceto o partido de extrema-direita Chega.

Contudo, na última semana, seis bisnetos do escritor entraram com uma ação judicial para barrar a transferência de Queiroz para o Panteão Nacional, onde repousam outros ícones da cultura portuguesa, como a fadista Amália Rodrigues e o jogador de futebol Eusébio. Apesar da contestação, a Justiça manteve a homenagem devido ao apoio da maioria dos herdeiros.

Dos 22 bisnetos vivos de Queiroz, 13 concordam com a transferência, três não se manifestaram e seis são contrários. Um bisneto que compartilha o nome do escritor, José Maria Eça de Queiroz, demonstrou insatisfação, alegando que o Panteão tem pouca visitação. Ele alega que “o Panteão é um lugar pouco frequentado”.

Lá, meu bisavô estaria na companhia de um jogador de futebol, uma fadista e, veja só, um militante antifascista que não fez nada para ao país além de ter sido assassinado pela PIDE (polícia política da ditadura salazarista)”, escreveu.

Legado importante

Segundo o portal O Globo, Eça de Queiroz faleceu em Paris, aos 54 anos, em 1900. Sua viúva, Emília de Castro, optou por sepultá-lo no túmulo dos pais dela, os condes de Resende, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.  Em 1989, seus restos mortais foram transferidos para a tumba da família em Santa Cruz do Douro, no norte de Portugal, uma vez que seus quatro filhos haviam falecido, e as decisões foram tomadas por Maria da Graça Salema de Castro, esposa de um dos netos.

A Fundação Eça de Queiroz, presidida por seu trineto, o escritor Afonso Reis Cabral, opera na região. Cabral foi o primeiro a defender a transferência do avô para o Panteão Nacional, embora alguns primos argumentem que Queiroz gostaria de permanecer em Santa Cruz do Douro, onde passou pouco tempo em vida, mas não deixou instruções claras sobre seu local de sepultamento.

Líderes locais expressaram preocupação de que a mudança do escritor prejudique a região, e cerca de 50 pessoas protestaram em Santa Cruz do Douro no último domingo, 24. Após a decisão judicial que rejeitou o pedido da família para impedir o translado, o deputado Pedro Delgado Alves informou que a cerimônia de entrada de Queiroz no Panteão Nacional será remarcada “em breve”.