Minissérie lançada pela Netflix na última semana se inspira na história da rainha Charlotte e do rei George III
A nova produção da Netflix "Rainha Charlotte: uma História Bridgerton", lançada no último dia 4, é inspirada na história da rainha britânica nascida em 1744 e casada com o rei George III. Compreendendo um romance histórico, a produção aborda desde o início do casamento dos monarcas até a era da Regência.
Embora dramatize muitos aspectos da vida do casal, pois, se trata de um romance histórico, a série em muitas partes apresenta situações que de fato aconteceram na realidade. A seguir, confira o que é fato ou ficção na série.
De acordo com o portal People, a rainha Charlotte era filha de um duque alemão e descendente direta de Margarita de Castro e Sousa, que pertencia ao ramo negro da Casa Real Portuguesa. Embora não haja confirmação total sobre sua origem racial, historiadores de arte que estudaram os retratos da soberana acreditam que ela era birracial.
Devido ao preconceito, era comum na época que os artistas fossem encorajados a minimizar características consideradas "indesejáveis" na hora de realizar representações, o que significava, muitas vezes, esconder traços negros.
No entanto, o pintor Allan Ramsay, quem era contra a escravidão, pintou vários retratos de Charlotte considerados mais fiéis à sua aparência.
O casal, de fato, se conheceu no dia do casamento, assim como mostrado na minissérie. Como explicou a revista People, em julho de 1761, Jorge declarou sua intenção de se casar com Charlotte e, um mês depois, um contrato de casamento foi assinado.
Eles se uniram em matrimônio em Londres, poucas horas após a chegada da noiva, em 8 de setembro, quando Charlotte tinha 17 anos e George 22 anos, conforme informado pelo site The Royal Household. Ao final daquele mesmo mês, no dia 22, ocorreu também a cerimônia de coroação.
No entanto, ao contrário do que mostra a produção da Netflix, a rainha Charlotte não usou um vestido branco durante a cerimônia. Foi a neta dela, a rainha Vitória, quem deu início à tradição de usar branco no dia do casamento.
O rei e a rainha tiveram 15 filhos, assim como é mostrado na série. Em agosto de 1762, menos de um ano após o casamento, Charlotte deu à luz seu primogênito, o Príncipe de Gales, que posteriormente chegaria ao trono como Rei George IV. Dos 15 filhos que o casal teve, 13 sobreviveram até a idade adulta, como repercutido pelo site oficial da monarquia britânica.
De acordo com o Science Museum Group, George foi o primeiro monarca britânico a estudar ciência de forma sistemática, o que incluiu aulas de física, química, astronomia e matemática.
"[Ele] falava muitas línguas e estava se esforçando ao máximo para mudar a agricultura na Inglaterra, e é por isso que ele estava meio humilhado, sendo chamado de Fazendeiro George, mas, na verdade, estava tentando ajudar o país. Abriu a primeira biblioteca pública para que as pessoas aprendessem a ler. Ele é um cara fascinante. E é tão triste que tudo o que ele é conhecido é por perder a América e ser louco", disse a figurinista Lyn Paolo, como repercutido pela People.
Como aponta o site da monarquia britânica, Charlotte e George eram "conhecedores de música" e muitas vezes faziam com que as pessoas tocassem para eles.
Além de ter Johann Christian Bach, o décimo primeiro filho do compositor Johann Sebastian Bach, como maestro, a monarca ainda chegou a ter uma apresentação de Mozart especialmente para ela. O músico tinha apenas oito anos na época.
O Palácio foi de fato comprado para Charlotte, como documentado pelo site oficial da monarquia. Em 1762, apenas um ano após o casamento, George comprou a Buckingham House — que viria a se tornar o Palácio de Buckingham — para Charlotte. Embora o Palácio de St. James fosse a residência oficial do casal, a 'Buckingham House' rapidamente se tornou uma das casas favoritas do casal.
De acordo com a People, a rainha não tinha uma grande amizade com uma de suas damas de companhia. Como a princesa Augusta nomeou muitas das mulheres do círculo íntimo de Charlotte, ela até chegou a desenvolver uma relação próxima com uma mulher, Juliane von Schwellenberg.
Como Lady Danbury na série Bridgerton, Schwellenberg era próxima da rainha, e exerceu grande poder dentro da corte, porém, acabou se envolvendo em conflitos, que incluíam até mesmo uma ameaça de ser enviada de volta à Alemanha feita pelo rei.
Sim, o rei lutou contra doença mental durante seu reinado, primeiro entre 1788 e 1789 e novamente em 1801. Conforme o site oficial da monarquia, George III ficou permanentemente insano em 1810, considerado mentalmente incapaz de governar na última década de seu reinado. O filho mais velho, George IV, assumiu como príncipe regente em 1811.
No entanto, enquanto alguns historiadores acreditam que sua instabilidade mental foi resultado de um distúrbio hereditário chamado porfiria, outros sugerem que ele pode ter tido transtorno bipolar.
Em 2017, documentos divulgados lançaram luz sobre a condição do infame Rei, incluindo registros de sua própria caligrafia e informações de médicos e assistentes descrevendo o impacto em sua família.
