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Notícias / Meteorito

Vinícola na França abriga cratera de meteorito ignorada durante décadas

O local tem 200 metros de largura e foi analisado por cientistas alemães que comprovaram que a vinícola foi atingida por um meteorito

Redação Publicado em 24/02/2023, às 17h52

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Esférula (esfera de pequeno tamanho) de óxido de ferro deixada pelo meteorito, também comum em outras crateras de impacto, contém um número grande de microdiamantes - Divulgação/Frank Brenker/Universidade Goethe de Frankfurt
Esférula (esfera de pequeno tamanho) de óxido de ferro deixada pelo meteorito, também comum em outras crateras de impacto, contém um número grande de microdiamantes - Divulgação/Frank Brenker/Universidade Goethe de Frankfurt

Uma vinícola francesa próxima à cidade de Béziers, na região de Occitânia, que fica no sul do país, tem o curioso nome de "Domaine du Météore", ou, em português, "Domínio do Meteoro". A casa de vinhos foi construída sobre uma grande depressão redonda, de 200 metros de largura, que, na verdade, é uma cratera de meteorito.

A ideia para pesquisar a possível cratera veio ao cosmoquímico alemão Frank Brenker enquanto ele estava de férias na França. O nome do local o intrigou tanto que ele organizou uma pesquisa pela instituição onde leciona, a Universidade Goethe de Frankfurt, e assim descobriu que a vinícola foi construída em cima de uma cratera de 30 metros de profundidade e 200 metros de largura causada pelo impacto de um meteorito.

Brenker não foi o primeiro cientista que se interessou pelo local. Em 1964, outra equipe de cientistas chegou à conclusão de que não haviam evidências suficientes para dizer com certeza que a vinícola foi construída sobre uma cratera de meteorito, já que não haviam anomalias magnéticas e bordas elevadas que são típicas dos impactos de meteoritos. O cientista alemão foi atrás de outros tipos de evidências.

Cratera comprovada

Brenker e sua esposa coletaram amostras do solo da vinícola para realizar análises na universidade quando voltassem para a Alemanha. Com um entendimento melhor do solo, o cosmoquímico conseguiu afirmar que algumas "camadas de cor escura" em um dos xistos (tipo de rocha metamórfica) poderiam ser "veias de choque" produzidas pela fratura da rocha e causadas por um impacto de meteorito.

Para confirmar suas suspeitas, o professor levou o geofísico Andreas Junge à área junto de um grupo de estudantes do sul da França para pesquisar a área em maior profundidade. A expedição descobriu que o campo magnético da Terra era levemente mais fraco na região da cratera do que fora, algo típico de locais de impacto de meteoritos.

Os pesquisadores também encontraram pequenas esferas de óxido de ferro que aparecem frequentemente em crateras de impacto. Vários microdiamantes foram encontrados na área das esférulas, formados pelo choque de alta pressão do meteorito com o solo.