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Matérias / Curiosidades

1,5 bilhões de anos: Qual é a água mais antiga da Terra?

O líquido arcaico corre nas profundezas do planeta, porém pode nos ajudar a decifrar enigmas espaciais; entenda!

Ingredi Brunato Publicado em 05/03/2023, às 10h21

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Amostra da água mais antiga do mundo - Divulgação/ Museu Nacional de Ciências do Canadá
Amostra da água mais antiga do mundo - Divulgação/ Museu Nacional de Ciências do Canadá

No interior de Kidd Creek, que é nada menos que a mina de metal básico mais profunda do mundo, está a água mais antiga já descoberta pela ciência. O local, que foi investigado por geologistas durante anos, está localizado em Ontário, província do Canadá. 

O início da descoberta foi em 2013, quando uma piscina de água localizada na mina foi datada de 1,5 bilhões de anos atrás. Embora esse líquido antigo estivesse a 2,4 quilômetros de profundidade, os túneis da Kidd Creek desciam ainda mais, permitindo que a equipe de pesquisadores continuasse investigando cada vez mais fundo no subsolo canadense. 

Já em 2016, esses esforços deram frutos na forma de descoberta de uma abundante fonte de água ainda mais antiga entre as rochas do local — e essa tinha 1,6 bilhões de anos, estando a quase 3 quilômetros da superfície. 

Fotografia de cientistas em Kidd Creek / Crédito: Divulgação/ Universidade de Toronto 

[O achado de 2013] realmente empurrou para trás nossa compreensão de quantos anos a água corrente poderia ter e, por isso, realmente nos levou a explorar mais", explicou a professora Barbara Sherwood Lollar, que liderou os esforços científicos, em uma entrevista realizada à BBC naquele mesmo ano. 

Outro detalhe é que, enquanto a maior parte dos corpos d'água subterrâneos possuem um fluxo lento, essa teria uma velocidade de cerca de 2 litros por minuto, sugerindo uma abundância volumétrica. 

Mistério

Foto de poça de Kidd Creek / Crédito: Divulgação/ Universidade de Toronto

Um aspecto curioso do líquido de bilhões de anos seria seu cheiro distintivo, ocasionado pela alta salinidade da água antiga, que possui cerca de dez vezes mais sal que água do mar. 

É literalmente seguir seu nariz até a rocha para encontrar a rachadura ou as fraturas por onde a água está brotando", contou também Sherwood, conforme repercutido pela Euronews. 

Além da salinidade, as amostras de líquido ancestral retiradas da mina de metal do Canadá são ricas em micróbios e bactérias que, até então, apenas haviam sido detectados nas profundezas do oceano — uma pista importante que ajudou a confirmar a idade avançada da água. 

Um frasco contendo a substância configura hoje o acervo do Museu Nacional de Ciências do Canadá, sendo seu mais antigo artefato. 

Uma conexão 

De forma curiosa, essa descoberta feita nas profundezas da Terra pode nos ajudar a entender melhor outro planeta de nosso Sistema Solar, segundo informado pelo Science Alert.

Isso, pois uma alta concentração salina na água impede o surgimento de vida, e essa infelizmente é uma das características mais relevantes daquela que foi encontrada na atmosfera marciana. Ela é cerca de vinte vezes mais salgada que a encontrada em nossos oceanos. 

A análise da água arcaica terrestre, nesse contexto, que também é muito salgada, porém pertence a um planeta onde a vida é bem-sucedida, oferece esperança aos cientistas na busca por companhia no Universo.