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Matérias / Personagem

Da Vinci x Michelangelo: 5 curiosidades sobre a rivalidade dos artistas

Insultos, troca de farpas e abandono de projeto; relação entre os dois nunca foi fácil

Ingredi Brunato Publicado em 01/09/2021, às 21h00 - Atualizado em 05/01/2023, às 14h27

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Retratos de Leonardo da Vinci e Michelangelo, respectivamente - Domínio Público e Getty Images
Retratos de Leonardo da Vinci e Michelangelo, respectivamente - Domínio Público e Getty Images

Leonardo da Vinci e Michelangelo são dois dos artistas mais talentosos — e famosos — de todos os tempos. Os dois gênios, na superfície, parecem ter muitas semelhanças: ambos dedicaram suas vidas à Arte, deixaram grandes contribuições para a História e detinham habilidades impressionantes. 

Curiosamente, todavia, as duas figuras renascentistas, que a despeito de certa diferença de idade, eram contemporâneos, não iam com a cara um do outro. Sua aversão era tão forte que eles nem mesmo conseguiam dividir um mesmo ambiente.

Confira 5 curiosidades sobre a rivalidade entre os dois artistas:

1. Briga em público

Segundo relembrado pela revista Superinteressante, no início do século 16, os dois artistas tiveram um encontro acidental, em Florença, que rapidamente tornou-se hostil.

Tudo começou quando alguns dos transeuntes do local reconheceram Leonardo Da Vinci, então na casa dos 50 anos de idade, andando pela rua. Um grupo formou-se ao redor do pintor e lhe perguntaram sua opinião a respeito de uma obra que estava chamando atenção no período: o livro "Inferno", de Dante Alighieri.

Antes que Leonardo tivesse a oportunidade de responder, Michelangelo — que, embora tivesse apenas 23 anos, já se destacava na comunidade artística —, passou andando pelo mesmo ponto e foi chamado para da conversa. O mais velho, então, pediu que ele "explicasse" o que achava da obra citada, planejando constrangê-lo.

O que aconteceu, contudo, foi o contrário: Michelangelo aproveitou para provocar Da Vinci a respeito de um trabalho seu que o veterano prometera ser grandioso, porém fora deixado incompleto: 

Explique você, que fez um modelo de cavalo que jamais poderia terminar”, retrucou, ainda de acordo com o que foi documentado pela Superinteressante. Tudo isso ocorreu enquanto os moradores de Florença assistiam. 
Esboços do cavalo citado / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

2. Tapa-sexo

Na época em que ficou pronta a imponente estátua chamada de "Davi", um dos trabalhos mais famosos de Michelangelo por conta de seu entalhe detalhado e anatomicamente preciso, Da Vinci deu uma declaração controversa a respeito da obra.

O célebre pintor sugeriu que as partes íntimas da obra prima representando uma figura mitológica em pedra fossem tapadas antes que o ídolo fosse exposto. 

Estátua de Davi em museu / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

3. Quando os dois falharam

Uma das mais chamativas demonstrações da rivalidade dos dois renascentistas, todavia, ocorreu no ano de 1503, quando eles foram chamados para pintar paredes opostas do Palazzo Vecchio, um glamuroso palácio italiano. 

O mecenas que encomendou os paineis era o político Piero Soderini. Ele criou uma clara tensão entre os artistas, fato que sem dúvida acordaria seus espíritos competitivos e os estimularia a entregar um trabalho melhor que o do oponente. 

Contrariando as expectativas, porém, a ideia acabou provando-se contra-produtiva quando nem Da Vinci e nem Michelangelo foram capazes de terminar as telas das quais tinham sido encarregados. Nenhum dos dois artistas conseguiu sair da fase dos esboços e, depois, acabaram iniciando outros projetos.


4. Escultura versus Pintura

Em um de seus cadernos, Leonardo ele realizou uma detalhada comparação entre duas modalidades artísticas: a pintura (na qual ele era mais habilidoso) e a escultura (que era o ponto forte de Michelangelo, por exemplo). 

No trecho, que foi repercutido pelo site Draw Painting Academy, o artista se dispõe a apontar qual das técnicas é "a de maior mérito e dificuldade e perfeição": 

O escultor não pode diversificar seu trabalho pelas várias cores naturais dos objetos; a pintura não apresenta nenhum defeito em particular. O escultor, quando usa a perspectiva, não pode fazer com que ela pareça verdadeira; a do pintor pode parecer cem milhas além da própria imagem (...) A pintura é adornada com possibilidades infinitas que a escultura não pode realizar", argumentou Da Vinci, deixando seu posicionamento bastante claro. 

5. Um ponto em comum inesperado

Apesar de todas as suas desavenças, contudo, estudos apontam que os renascentistas teriam dividido um aspecto relevante de suas vidas.

Isso porque alguns historiadores especulam que ambos teriam sido homossexuais — uma característica que, se hoje já torna a vida de muitos mais difícil do que deveria ser, devido aos preconceitos da sociedade, era ainda mais desafiadora em meio à mentalidade conservadora do século 16.

Pintura de Salai por Da Vinci / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Com Leonardo da Vinci, a desconfiança dos teóricos é de que ele teve um suposto caso com seu pupilo, Salai. Outro detalhe é que, quando era mais novo, o pintor foi acusado de "sodomia e homossexualidade", apesar da alegação nunca ter sido provada. 

Já no caso de Michelangelo, a suspeita de romance recai sobre sua relação próxima com um nobre chamado Tommaso Cavalieri. Em nenhum dos dois casos, entretanto, é possível confirmar a verdadeira orientação sexual dos renascentistas.