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Matérias / Crime

Foi a madrasta: Homem consegue justiça para assassinato do pai 60 anos depois

O norte-americano procurou as autoridades para que a investigação do homicídio fosse reaberta

Ingredi Brunato Publicado em 22/05/2023, às 19h32

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Fotografia antiga de Richard DiMare com o pai, Joseph DiMare - Divulgação/ Richard DiMare
Fotografia antiga de Richard DiMare com o pai, Joseph DiMare - Divulgação/ Richard DiMare

Após 62 anos arquivado, um caso de assassinato ocorrido no estado norte-americano da Flórida, nos EUA, foi reaberto para investigação no início deste mês de maio por um motivo inusitado: o filho da vítima teria procurado as autoridades dizendo que a autora do crime foi a sua madrasta. 

O assassinato 

Joseph DiMare era um bem-sucedido empresário de 53 anos que foi morto a tiros quando estava no processo de se divorciar de uma mulher chamada Frances em 1961. Foi ela quem chamou os policiais à cena, alegando que eles estavam a caminho de jantar fora quando, ao pararem em um semáforo, foram atacados por um grupo de criminosos. 

Segundo afirmado pela mulher, ela teria perdido a consciência após ser golpeada na cabeça com a coronha de uma pistola. Quando acordou, seu marido já estaria crivado de balas, de forma que correu descalça até um posto de gasolina próximo pedindo para que os funcionários do local chamassem as autoridades. 

Na própria época do ocorrido, porém, já teriam sido encontradas evidências de que Frances estava mentindo, como a ausência de ferimentos em sua cabeça que indicasse um golpe ou mesmo arranhões em seus pés devido à suposta corrida para buscar ajuda. 

O elemento mais suspeito, no entanto, é sem dúvida que as duas cápsulas de bala que foram encontradas no carro teriam sido rastreadas para uma arma registrada no nome do próprio Joseph — ele a teria comprado de presente para sua esposa alguns meses antes. 

Quem forneceu essa evidência para as autoridades, aliás, foi um de seus filhos, Richard DiMare, que estava então em idade universitária. Ele usou a pistola em questão para disparar contra a piscina de sua casa, ao que pôde coletar a cápsula e entregá-la aos oficiais. Mesmo na época, ele já defendia que a madrasta era a culpada. 

Eu sabia no dia seguinte e disse à polícia: 'Minha madrasta foi a atiradora', e eles apenas olharam para mim", contou ele em uma entrevista à People. 

Os desdobramentos posteriores 

Joseph deixou para trás quatro filhos, com a caçula tendo apenas 9 anos. Após sua morte repentina, a residência da família passou para o nome da madrasta, que teria dado um prazo de 24 horas para que todos deixassem o lugar. Ela ainda recebeu 250 mil dólares de herança

Foi bastante devastador. Perdemos nossa mãe em 1956. Quê crianças perdem um dos pais e, cinco anos depois, o outro está morto também?", se lamentou Richard

Os supostos criminosos que atacaram o veículo onde estavam o empresário e sua esposa naquela fatídica noite nunca foram encontrados, e as tentativas dos policiais da época de investigarem o caso mais a fundo teriam sido barradas por um funcionário de alto escalão do governo, também conforme relatou o filho de DiMare à People. 

Segundo Richard, esse membro do Estado os "pressionou a deixar Frances em paz" dizendo que ela era "uma viúva e uma vítima", e já havia sofrido muito com a perda do marido.

Você tem o poder político lutando contra o que parece ser uma maré de evidências", comentou a respeito da situação. 

A madrasta de Richard DiMare morreu ainda em 2006, e, mais de seis décadas após o crime brutal que tirou a vida de seu pai, ele finalmente conseguiu que a investigação chegasse a uma conclusão: na última terça-feira, 16, o Departamento de Polícia de Miami declarou que a já falecida Frances havia sido a culpada pelo homicídio.