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Matérias / Personagem

A absurda teoria que tentou provar que Paul McCartney morreu

Por mais que os próprios Beatles tenham tentado desmentir, a narrativa ganhou muita força nas décadas de 60 e 70 — enfurecendo o astro

Caio Tortamano Publicado em 07/06/2020, às 15h33 - Atualizado às 15h34

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Paul McCartney teria supostamente morrido em um acidente - Wikimedia Commons
Paul McCartney teria supostamente morrido em um acidente - Wikimedia Commons

Em 1967, um rumor de que o beatle Paul McCartney teria morrido num acidente de trânsito enquanto dirigia a alta velocidade em uma rodovia na Inglaterra, rodou o mundo. O episódio tomou conta das manchetes ao redor do mundo, mas, na verdade, Paul estava vivo e nem sequer havia sofrido um acidente.

A teoria começou a ganhar força em 1969, depois que um rapaz chamado Tim Harper publicou uma longa reportagem reunindo indícios de que o baixista não estaria mais entre nós. Era indicado que um trecho da música Revolution 9, do White Album, caso fosse reproduzida ao contrário, descreveria "Turn me on, dead men" ("Me excite, homem morto", em uma tradução livre).

Além disso, a contracapa do álbum Sgt. Pepper conta com uma imagem de três dos beatles olhando diretamente para o ouvinte, menos um, justamente Paul. Também foi indicado que a capa de outro álbum, o Magical Mystery Tour, conta com quatro homens (supostamente os Beatles) inteiramente fantasiados de branco, a não ser por um, que está de preto.

As supostas capas trariam indícios de que Paul estava morto / Crédito: Divulgação

Como se não bastasse esses supostos indícios, a arte do álbum Abbey Road foi uma verdadeira explosão para os adeptos da teoria. O assessor de imprensa da banda, Derek Taylor, teve que vir a público para responder as questões dos fãs, que causavam cada vez mais polêmicas.

"Recentemente, recebemos uma enxurrada de perguntas sobre relatos de que Paul está morto. Temos recebido perguntas como essa há anos, é claro, mas nas últimas semanas as recebemos no escritório e em casa, dia e noite. Estou até recebendo telefonemas de pessoas do meio artístico, aqui e nos Estados Unidos ". Com a declaração, ele afirmou que o cantor não estava morto.

A capa do álbum em questão trazia os quatro membros da banda atravessando uma pacata rua de Liverpool, porém cada um vestido de maneira diferente um do outro. Lennon lidera a travessia e está todo de branco, representando Deus, já Ringo estaria de terno pois representava o agente funerário, e George viria atrás dos quatro de jeans, como se fosse o coveiro.

A polêmica capa de Abbey Road / Crédito: Divulgação

A teoria também especulava que Paul apresentava provas de que estaria morto. Ele é o único que está descalço — no reino Unido, é costume enterrar as pessoas dessa maneira —, seu passo é diferente em relação aos outros e o astro também está com os olhos fechados.

Novo Paul

Mas afinal, se ele estava morto, quem diabos era o Paul da fotografia? De acordo com os teóricos da conspiração, depois de ter morrido no acidente, os colegas do artista aproveitaram que ele teria o rosto desfigurado para não revelar a identidade da vítima. 

Com isso, a opção que eles encontraram foi criar um concurso para eleger o melhor sósia de Paul. Depois de selecionada, essa pessoa passou por cirurgias plásticas para alterar a aparência e ficar igual ao cantor. 

Refutados

As teorias ficavam cada vez maiores e bizarras. Como consequência, Paul decidiu dar um basta no episódio. Em entrevista a rádio BBC, o cantor se encontrou com o repórter Chris Drake. McCartney disse compreender as pessoas acreditarem que ele tinha morrido, uma vez que as suas aparições públicas — bem como a de todos os outros Beatles depois que pararam de fazer turnês —  diminuíram drasticamente.

A entrevista foi gravada com o objetivo de ser transmitida na rádio, sem mostrar a sua imagem. O músico acreditava que sua voz confortaria os fãs, que estavam preocupados. No entanto, depois dos radialistas, uma filmagem secreta da CBS retratava Paul trabalhando em sua fazenda, com roupas largas e desajeitadas, além de estar com a barba para fazer.

A exposição foi demais para McCartney. Um repórter e um fotógrafo da revista Life quase foram agredidos pelo homem, que chegou até a ser fotografado durante o momento de fúria. O beatle, entretanto, logo se arrependeu e concordou em fazer um acordo: participaria da entrevista em troca do rolo de filme em que aparece descompensado. Na foto, Paul aparece com a barba em ordem e um tanto arrumado.

A história, como era de se imaginar, perdeu força com o passar do tempo. Hoje em dia não são tantas as pessoas que acreditam que o ativo senhor de 77 anos — que lota estádios e produz novas músicas — esteja, de fato, morto.


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