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Matérias / Eugenia

Eugenia: Pesquisa analisa legado do programa de esterilização forçada dos EUA

O programa de caráter eugênico mantido pelo governo dos Estados Unidos durou décadas

Ingredi Brunato Publicado em 16/02/2023, às 15h05

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Fotografia mostrando o hospital psiquiátrico estadual de Utah, onde muitas das esterilizações ocorreram - Domínio Público
Fotografia mostrando o hospital psiquiátrico estadual de Utah, onde muitas das esterilizações ocorreram - Domínio Público

Uma pesquisa da Universidade de Utah, localizada nos Estados Unidos, investigou os registros do perturbador programa eugênico conduzido pelas autoridades do local durante o século 20. 

O projeto governamental, que realizou a esterilização forçada de pelo menos 830 homens e mulheres entre os anos de 1925 e 1974, tinha como alvo cidadãos considerados "sexualmente criminosos, insanos, idiotas, imbecis, débeis mentais ou epilépticos". Na América como um todo, por outro lado, é importante destacar que a estimativa de vítimas chega a 60 mil. 

O objetivo das intervenções coercitivas era impedir que essas pessoas tivessem filhos, seguindo a crença que seus descendentes também seriam "socialmente inadequados". A lei que autorizava essas esterilizações, portanto, era motivada por uma lógica eugenista de "limpeza social".

Infelizmente, esse posicionamento preconceituoso possuía grande popularidade no território norte-americano durante o início do século 20. Em um comunicado ao público repercutido pelo Eureka Alert, os pesquisadores da universidade explicaram a questão:  

Ele [o movimento eugenista] misturou ideias pseudocientíficas sobre a existência de genes para características complexas como criminalidade e pobreza com preconceitos racistas e capacitistas sobre quais vidas valem a pena viver para fazer julgamentos sobre quem na sociedade era “apto” e digno de ter filhos e quem era “inadequado” e indigno. Ao todo, mais de 60.000 pessoas foram esterilizadas em toda a América como parte do esforço para moldar as populações humanas no ideal eugênico", diz o texto. 
Imagem retratando o "campo de estudo" da eugenia divulgada em convenção de 1921 / Crédito: Domínio Público

Sobreviventes 

Por fim, a iniciativa científica apontou que existiriam pelo menos 54 indivíduos vitimados pela esterilização coercitiva ainda vivos no estado de Utah em 2023. A maioria desses passaram pela intervenção eugênica durante a juventude, com pelo menos um dos sobreviventes tendo sido esterilizado quando era apenas uma criança de 10 anos.