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Matérias / JFK

Antes de ser assassinado, existiam outros dois planos para matar John F. Kennedy

Conspirações possuíam várias semelhanças com o crime cometido por Lee Harvey Oswald

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 09/04/2022, às 00h00 - Atualizado em 08/05/2022, às 00h00

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John Kennedy durante discurso - Domínio Público via Wikimedia Commons com modificações
John Kennedy durante discurso - Domínio Público via Wikimedia Commons com modificações

Era 22 de novembro de 1963 quando John Fitzgerald Kennedy foi assassinado. Durante o episódio que chocou o mundo, o presidente norte-americano foi baleado enquanto participava de uma carreata em Dallas. Conforme apurado pela investigação feita pela Comissão Warren, estabelecida para investigar a morte de JFK, o responsável pelo crime fora Lee Harvey Oswald, ex-fuzileiro que havia desertado para a União Soviética

A Comissão logo concluiu que Harvey agiu sozinho, disparando três tiros de uma janela do sexto andar do Texas School Book Depository, prédio por onde a comitiva de Kennedy passou.

Essa versão, embora ainda hoje seja considerada a oficial, começou a ser debatida na década de 1970, principalmente quando o Comitê Seleto da Câmara sobre Assassinatos (HSCA) revisitou o caso.

Oswald sendo escoltado pela polícia em 22 de novembro de 1963/ Crédito: Getty Images

Novas investigações sobre o assassinato de um dos presidentes mais populares da história americana apontaram várias inconsistências sobre as conclusões da Comissão Warren. Entretanto, por considerar que as investigações foram prejudiciais demais, o governo determinou que cerca de 500 mil relatórios deveriam permanecer trancados até 2029.

Com a aprovação do Ato dos Registros de John Kennedy, em 1992, por volta de 98% destes arquivos foram liberados de imediato. Cerca de 2 bilhões de páginas de relatórios e artefatos foram coletadas, sendo que todos estão disponíveis para acesso público no Arquivo Nacional de Maryland.

Em 2017, o então presidente Donald Trump ordenou que mais de 2.891 relatórios confidenciais fossem desclassificados. Hoje, apenas outros 200 documentos ainda permanecem guardados.

JFK no momento em que é atingido por um tiro (cena mostrada no filme JFK - A Pergunta Que Não Quer Calar) / Crédito: Divulgação/ Warner Bros

Esses novos arquivos foram usados pelo diretor Oliver Stone, famoso por abordar o assassinato de John Kennedy no clássico ‘JFK: A Pergunta Que Não Quer Calar’ (1991), para elucidar o que realmente aconteceu em 1963 e trazer novas respostas em seu novo documentário: ‘JFK Revisited: Through the Looking Glass’ (2021). 

Em conversa com Paul Bleau, professor da St. Lawrence College Quebec City, Stone apresenta que, antes de ser morto em 22 de novembro, o Serviço Secreto descobriu outras duas conspirações para assassinar Kennedy

A 1ª conspiração

A primeira tentativa para assassinar JFK aconteceria em 2 de novembro de 1963, exatamente 20 dias antes de Kennedy ser morto em Dallas. Segundo revela Paul Bleau, professor da St. Lawrence College Quebec City, em 31 de outubro, um informante que se identificou apenas como “Lee” avisou o FBI que quatro cubanos iam para Chicago atirar no presidente. 

Sabe-se que, na ocasião, JFK deveria aparecer no Soldier Field, o estádio de futebol americano ao sul de Grant Park, em Chicago, para assistir ao jogo de futebol entre Exército e Força Aérea, segundo relata a ABC News. 

No dia seguinte, uma senhora fez uma denúncia também, em Chicago, dizendo que tinha alugado um quarto para quatro pessoas que tinham rifles com mira telescópica e um mapa da carreata”, relata Bleau.

O FBI então passou a informação para o Serviço Secreto, que frustrou os planos do grupo. Entretanto, não há registros de quaisquer armas terem sido descobertas. Os dois homens foram interrogados, mas se recusaram a admitir que faziam parte de uma conspiração para assassinar o presidente. 

“Enquanto isso, tinha outra ameaça vindo de outro bode expiatório, chamado Thomas Arthur Vallee, que estava falando em alto e bom som que ia assassinar Kennedy”, aponta Paul. “Ele só foi preso quando Kennedy cancelou a viagem, no dia 2 de novembro, às 10h”

O professor da St. Lawrence College Quebec City aponta que o caso de Vallee e de Chicago tem tantas semelhanças com o que aconteceu em Dallas que “não dá para chamar de coincidência”. 

Comparando Thomas Arthur com Oswald, sabe-se que ambos eram ex-fuzileiros. Os dois também serviram em bases navais no Japão que hospedavam o avião espião U-2: Oswald em Atsugi, Vallee em Camp Otsu. “Era fácil retratá-lo como descontente, contra Kennedy, solitário, armado…”, continua Bleau

“Ele [Vallee] tinha outra ligação com a Inteligência que Oswald também tinha. Valee treinou cubanos exilados para o combate, o que era responsabilidade da CIA. E sabemos que ofereceram esse trabalho para Oswald”, aponta. 

Imagem CE 133-A, uma das três "fotos de quintal" conhecidas/ Crédito: Marina Oswald/Domínio Público via Wikimedia Commons

Outro ponto que chama a atenção é que ambos haviam começado a trabalhar, recentemente, em instalações que faziam parte das rotas dos desfiles presidenciais: Oswald no Texas School Book Depository na Elm Street, em Dallas; e Vallee no IPP Litho-Plate no 625 West Jackson Boulevard, em Chicago

O que houve com Vallee: em agosto, ele foi movido como um peão de Long Island para Chicago para estar lá a tempo da carreata. E onde ele conseguiu um emprego? Em um prédio alto, próximo a carreata, com uma visão perfeita para o local. O prédio faria a carreata de Kennedy fazer uma curva acentuada, andar devagar, e ficar no ponto certo para ter a triangulação perfeita para atirar”, aponta Paul

A 2ª tentativa

Em 18 de novembro, John Kennedy tinha uma carreata de 44 quilômetros marcada para a cidade de Tampa, na Flórida. Segundo Paul, o Serviço Secreto tinha uma enorme preocupação com o trajeto próximo ao Floridian Hotel, porque ele ia exigir uma curva acentuada por parte da comitiva presidencial. 

Entretanto, ninguém atirou em Kennedy. “Mas, nesse caso, o bode expiatório teria sido Gilbert Policarpo Lopez. Ele era um exilado cubano que ia às reuniões do Comitê Justiça para Cuba”, diz Bleau

Gilbert Policarpo Lopez/ Crédito: Arquivo Nacional

Segundo matéria publicada pelo NY Post, na semana que antecedeu a morte de Kennedy, Lopez seguiu o presidente, voando para Tampa, onde seria a primeira etapa da viagem presidencial. 

Por lá, aguardou uma importante ligação que viria de Cuba, dando-lhe a “ordem de ir em frente”. Mas a chamada nunca aconteceu, o que pode ter poupado Kennedy na ocasião. “Se ele fosse assassinado em Tampa, Lopez provavelmente teria sido o bode expiatório”, relata o professor da St. Lawrence College Quebec City. 

Houve rumores de que ele ajudou Oswald no assassinato em Dallas”, continua.

O que diz a Comissão Warren sobre esses fatos?

Embora o Serviço Secreto tenha sido alertado da primeira tentativa, o órgão não havia informado a Comissão Warren — que investigou o assassinato de JFK — sobre os eventos em Chicago. 

Na verdade, Abraham Bolden, o primeiro agente negro do Serviço Secreto escalado para cobrir a Casa Branca, escolhido a dedo por Kennedy, estava em Chicago quando o plano surgiu. 

Ele estava lá quando o Serviço Secreto soube sobre os quatro atiradores. E ele viu como a segurança estava relaxada em Chicago. E ele também viu, depois do assassinato, o que foi feito para manter a conspiração de Chicago totalmente secreta”, relata Bleau

Além disso, Paul alega que essa informação não chegou aos agentes do Serviço Secreto que iam proteger Kennedy nas carreatas seguintes, incluindo a de Dallas.

Quando Abraham tentou entrar em contato com J. Lee Rankin, o conselheiro geral da Comissão Warren, Bolden acabou sendo preso, acusado de aceitar suborno. Condenado, foi sentenciado a seis anos de prisão.

Em sua autobiografia, ‘The Echo From Dealey Plaza: The True Story of the First African American on the White House Secret Service Detail and his Quest for Justice after the Assassination of JFK’, Bolden afirma que havia sido condenado com base na palavra de dois falsificadores conhecidos, um dos quais, mais tarde, admitiu no tribunal que havia cometido perjúrio ao testemunhar contra sua pessoa.


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