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Matérias / Estrela de Belém

Como a ciência explica o registro da Estrela de Belém?

Na Bíblia, o astro sinalizava o local do nascimento do bebê Jesus Cristo, mas como a ciência discute a Estrela de Belém?

Redação Publicado em 28/05/2023, às 09h00 - Atualizado em 18/08/2023, às 11h51

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Ilustração representando a Estrela de Belém brilhando no céu - Pixabay
Ilustração representando a Estrela de Belém brilhando no céu - Pixabay

O nascimento de Jesus Cristo é um grande acontecimento na Bíblia. E, embora cada Evangelho descreva a história de forma levemente diferente, alguns elementos se mantém consistentes: o Messias nasceu no fim do mês de dezembro na cidade de Belém (localizada na Judeia), de mãe virgem, e recebeu a visita de reis três magos do Oriente que vieram de longe para conhecê-lo.

Os homens, que se chamavam de Baltasar, Gaspar e Melchior, levavam presentes consigo e foram guiados até o local correto pela curiosa Estrela de Belém, que teria sinalizado a eles a chegada do rei dos judeus ao mundo.

Um detalhe importante de se destacar aqui sobre o astro é que ele teria brilhado apenas durante o período de algumas semanas, que é quanto durou a viagem do trio, e depois desaparecido. 

Pintura representando os reis magos conhecendo Jesus Cristo / Crédito: Domínio Público

Especulações

A passagem bíblica já é alvo de especulação há décadas, com alguns dos registros de pesquisadores tentando buscar explicações para o evento remontando ao século 13, conforme revela o portal Astronomy. 

É verdade que a ciência e a religião não são famosas por concordarem em muitos pontos, porém existem trechos da Bíblia que podem ser conectados a acontecimentos históricos presenciados pelas pessoas que escreveram o documento, e um astro enigmático que apareceu em uma noite, perdurou por algumas semanas e depois sumiu sem deixar vestígios se parece com algo que poderia ter acontecido de fato. 

Existe, afinal, mais de um fenômeno astronômico que pode se encaixar nesta descrição: uma supernova (que é uma explosão típica de estrelas no fim da vida) ocorrida relativamente próxima da Terra, por exemplo, poderia emitir uma luz visível em nosso céu noturno — e, como se deu com a Estrela de Belém, seria apenas temporária.

O obstáculo para essa hipótese, por sua vez, é o fato que outras culturas da Antiguidade não registraram um evento desse tipo, e, com supernovas, o esperado é que o brilho incomum seja observado por mais de uma civilização do período. Ainda que não entendam o que estão presenciando, afinal, acabam fazendo descrições semelhantes do que viram.

Também segundo o Astronomy, um meteoro, que consiste em um pedaço de rocha espacial que entrou em combustão após adentrar a atmosfera terrestre, também é temporário e produz brilho, mas desapareceria muito mais rápido do que descreve o livro cristão.

Explicação mais convincente 

Uma terceira explicação, essa sim condizente com todos os detalhes da história da Estrela de Belém, seria uma conjunção entre Vênus e Júpiter.

Esses planetas são visíveis da Terra em certos períodos do ano (é possível diferenciá-los das estrelas pelo fato delas aparentarem estar piscando, enquanto eles possuem um brilho constante), e, durante conjunções, parecem se aproximar um do outro no céu, podendo até mesmo aparecer sobrepostos em alguns casos. 

Conforme observou um artigo da revista científica Sky & Telescope, que foi repercutido pela Galileu em 2015, os dois planetas de nosso Sistema Solar teriam passado por nada menos que três conjunções entre os anos 3 e 2 antes de Cristo, com uma delas se destacando pela impressionante proximidade (do ponto de vista de nosso planeta) entre os corpos celestes, que teriam parecido ser um só. 

Essas ocorrências incomuns teriam, sem dúvida, chamado a atenção dos povos da época, e provavelmente interpretadas como o presságio de algo grande se aproximando. 

Assim, a presença ou não de factualidade por trás das passagens bíblicas que falam da Estrela de Belém permanece sem consenso no meio científico.