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Matérias / NASA

Como o uniforme espacial da missão Artemis é diferente do usado na Apollo

O retorno da humanidade à Lua promete ocorrer em grande estilo, com trajes muito mais modernos que aqueles de 50 anos atrás

Ingredi Brunato Publicado em 04/04/2023, às 18h42

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Comparação entre o antigo uniforme e o protótipo do novo - Divulgação/ NASA e Divulgação/ Axiom
Comparação entre o antigo uniforme e o protótipo do novo - Divulgação/ NASA e Divulgação/ Axiom

Mais de meio século após a lendária chegada do homem à Lua, a Nasa está planejando recriar a proeza através da qual finalizou a corrida espacial da Guerra Fria. Desta vez, porém, muitos aspectos serão modernizados — com o traje espacial utilizado pelos astronautas sendo um deles. 

Existem, é claro, uma série de pré-requisitos que precisam ser atendidos para a criação de uma roupa que permita a humanos caminharem sobre o satélite natural da Terra sem morrerem no processo, como fornecimento de oxigênio, pressurização interna e aquecimento.

Neste retorno à Lua, porém, segurança não é a única preocupação sendo levada em conta na confecção das vestimentas, com nossas tecnologias tendo evoluído o suficiente para que o conforto e a praticidade também sejam incluídos como prioridade. 

Últimas tendências da moda espacial 

Enquanto o uniforme dos membros da missão Apollo 14 era grande e de difícil mobilidade, o novo design da roupa, além de mais leve, promete permitir que os cosmonautas dobrem os joelhos para coletar as amostras de solo que precisam (um detalhe inédito em relação à primeira versão), manuseiem ferramentas com mais facilidade graças à flexibilidade das luvas e até mesmo fiquem menos sujos de poeira lunar, segundo repercutiu o portal Universe Today. 

Fotografias mostrando luvas do traje / Crédito: Divulgação/ Axiom 

A fim de alcançar essa última característica, os criadores da peça, que foi batizada de AxEMU, buscam dar um caráter antiaderente ao exterior da vestimenta, assim impedindo que as partículas da superfície da Lua fiquem grudadas no material. Existirão ainda trechos removíveis no traje, de forma que eles poderão ser trocados caso fiquem muito empoeirados. 

O uniforme previsto para ser usado na expedição Artemis III também é mais prático de ser vestido: em vez de ser composto de várias partes, como era o caso de seu antecessor, consiste em uma peça única que pode ser 'adentrada' através de uma abertura nas costas.

Outra novidade é que cada traje será personalizado para o membro da missão que o irá vestir, de forma que haverão tamanhos customizados, e uma maior inclusividade em relação às cosmonautas mulheres.

Um último detalhe essencial das roupas espaciais, é claro, é a presença de câmeras HD acopladas ao peito — são os dispositivos que filmarão a volta da humanidade à Lua, uma aguardada sequência para as imagens feitas em 1969. 

Essas informações foram divulgadas durante uma convenção recente no Centro Espacial Lyndon B. Johnson, um instituto de pesquisa e treinamento de astronautas da Nasa. É durante este evento que foram exibidos os primeiros protótipos do AxEMU.

Demonstração do protótipo / Crédito: Divulgação/ Vídeo/ NASA

Vale destacar que, embora as vestimentas mostradas ao público nesta primeira ocasião sejam na cor preta, a versão oficial precisará ser branca a fim de refletir os raios solares — caso contrário, a roupa os absorveria, o que poderia levar a um superaquecimento.

Orçamento estratosférico

Todos esses avanços, todavia, não sairão baratos para a agência espacial dos Estados Unidos. Segundo o Yahoo! Finances, a Nasa fechou um acordo de nada menos que 1 bilhão de dólares (valor equivalente a cerca de 5 bilhões de reais) com a Axiom, empresa responsável pelo desenvolvimento do AxEMU.

E, embora os uniformes ainda não tenham sido finalizados — até porque a Artemis III apenas sairá da atmosfera terrestre em 2025 —, ainda é relevante mencionar que 288 milhões de dólares (ou 1,4 bilhões de reais na cotação atual) já foram gastos na iniciativa.