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Matérias / Aracnídeo

Tem na Amazônia: Conheça o curioso aracnídeo que lembra a aranha de Harry Potter

O animal, que já foi confundido diversas vezes com o escorpião-vinagre, é chamado, na verdade, de "amblipígio"

Ingredi Brunato, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 14/08/2022, às 08h00

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Aracnídeo na roupa de especialista e cena de "Harry Potter e o Cálice de Fogo" - Divulgação/Instagram/@jayprehistoricpets
Aracnídeo na roupa de especialista e cena de "Harry Potter e o Cálice de Fogo" - Divulgação/Instagram/@jayprehistoricpets

Jay Brewer, fundador de um zoológico localizado na cidade norte-americana de Los Angeles, viralizou nas redes sociais na última semana após postar um vídeo em que um grupo de pelo menos sete aracnídeos estão andando sobre suas roupas. 

O animal de formato excêntrico chamou atenção dos internautas por ter a mesma aparência da aranha mostrada no filme "Harry Potter e o Cálice de Fogo" (2005), durante uma sequência em que um professor da fictícia aula de "Defesa Contra as Artes das Trevas" submeteu o pobre animal às chamadas três Maldições Imperdoáveis enquanto os alunos assistiam em pavor. 

Embora a criatura exibida no longa tenha sido criada através da utilização de efeitos especiais, nem todos sabiam que o aracnídeo existe na vida real, pertencendo à ordem científica dos "Amblypygi". 

Disponíveis em versão brasileira 

Um detalhe interessante é que os animais presentes no vídeo de Brewer eram uma espécie nativa da Tanzânia, porém existem aracnídeos deste tipo em diversas partes do mundo, incluindo no Brasil. 

O espécime de amblipígio batizado com o nome científico de "Heterophrynus longicornis", por exemplo, vive na Amazônia, segundo informações publicadas pelo biólogo brasileiro César Favacho através de sua conta oficial do Twitter ainda em 2020. 

Fotografia de exemplares de "Heterophrynus longicornis" / Crédito: Divulgação/ César Favacho/ Arquivo Pessoal

As características comuns divididas entre esses aracnídeos é que eles gostam de viver em ambientes escuros, como cavernas e no interior de troncos de árvore. São criaturas cegas, que utilizam seu primeiro par de pernas, o maior, para se localizar e para agarrar presas. 

Felizmente, o predador de hábito noturnos, apesar de ter uma aparência pouco simpática, não é uma ameaça a humanos. Isso porque amblipígios não possuem veneno, de forma que são perigosos apenas para os animais e pequenos invertebrados dos quais se alimentam. 

Para nossa espécie, a presença desses aracnídeos pode inclusive ser positiva, já que eles auxiliam no controle de pragas, conforme divulgado pela bióloga Vanessa Vidalno portal Fauna News. A fim de provar que os amblipígios são inofensivos, a especialista chegou a posar com um: 

Fotografia de Vanessa Vidal e amblipígio / Crédito: Divulgação/ Vanessa Vidal/ Arquivo Pessoal

A confusão com o escorpião-vinagre 

Após a postagem de Jay Brewer na companhia dos animais excêntricos ter viralizado, diversos veículos de comunicação brasileiros noticiaram o ocorrido referindo-se aos aracnídeos mostrados como "escorpiões-vinagre". 

Essa espécie típica do Mato Grosso do Sul, na região central do país, também vive em locais escuros, porém pertence a uma ordem científica completamente diferente, a "Thelyphonida". 

Fotografia de escorpião-vinagre / Crédito: Divulgação/ Domínio Público/ Gabysby/ Arquivo Pessoal

Além do formato diferente daquele encontrado nos amblipígios, um dos aspectos distintivos dos animais do grupo do escorpião-vinagre é que eles possuem "um flagelo comprido no final do corpo", como foi esclarecido por César Favacho em seu Twitter também em 2020, mostrando que a confusão entre esses aracnídeos já não é de hoje. 

O motivo principal pelo qual eles podem acabar sendo misturados é que, em inglês, os aracnídeos semelhantes àquele de Harry Potter são popularmente conhecidos como "tailess whip scorpion" (ou escorpião chicote sem rabo), enquanto o escorpião-vinagre é chamado simplesmente de "whip scorpion" (escorpião chicote).