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Matérias / Personagem

A conturbada vida íntima de Frida Kahlo

O relacionamento da pintora com Diego Rivera durou 25 anos, mas era repleto de traições cometidas por ambos

Isabela Barreiros Publicado em 02/08/2020, às 10h00

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O casal Frida Kahlo e Diego Rivera - Getty Images
O casal Frida Kahlo e Diego Rivera - Getty Images

Cores vibrantes, imenso teor político e intensidade. Frida Kahlo foi uma das figuras mais importantes do seu tempo e possui enorme relevância ainda nos dias de hoje. A mulher que expressava seus sentimentos por meio de obras de arte teve uma vida complexa e conturbada — muitos de seus relacionamentos foram difíceis e, como consequência, suas emoções refletiam isso.

A relação mais famosa da pintora foi a com o também artista Diego Rivera. Eles se conheceram quando ela ainda era menina, visto que os dois tem 21 anos de diferença, enquanto ele pintava um mural em sua escola. A jovem sempre o provocava, mas, anos mais tarde, quando o reencontrou em sua cidade, acabou se apaixonando pelo homem.

Eles se casaram em pouco tempo, no dia 21 de agosto de 1929, momento em que Frida tinha 22 anos e Diego, 43. Por mais que o casal tenha permanecido junto durante muitos anos, por volta de 25, o relacionamento estava repleto de traições, cometidas por ambos os lados, criando uma vida íntima confusa e, muitas vezes, triste.

Frida Kahlo e Diego Rivera / Crédito: Getty Images

Durante esses anos em que esteve com Diego, a mexicana se relacionou com inúmeras pessoas — tanto mulheres quanto homens, demonstrando a personalidade assumidamente bissexual da artista.

Ela se envolveu, no ano de 1936, com o escultor Isamu Noguchi. O marido de Frida os havia apresentado, visto que o nipo-americano estava se tornando cada vez mais famoso nos Estados Unidos. A artista passou a visita-lo cada vez mais em seu trabalho e, apaixonados, passaram a se ver escondidos

No livro Frida – A Biografia, da historiadora e professora de História da Arte, Hayden Herrera, está uma passagem em que Noguchi fala sobre sua relação com a mexicana. “Ela era uma pessoa adorável, absolutamente maravilhosa. Uma vez que Diego era famoso por ser um rematado mulherengo, ela não podia ser culpada se visse alguns homens”, disse.

“Naquele tempo nós meio que brincávamos, éramos meio frívolos, eu fazia isso, Diego fazia isso, e Frida também. Mas para ele não era aceitável. Eu tive uns encontros amorosos com ela, aqui e ali. Um dos lugares era a casa de sua irmã Cristina, a casa azul de Coyoacán”, explicou o escultor.

A questão é corroborada por Herrera: “embora Rivera acreditasse no amor livre para si mesmo e encarasse com largueza de espírito a própria liberdade, e embora de modo geral não tivesse atitudes machistas e admirasse tremendamente as mulheres, ele não tolerava os casos heterossexuais de sua esposa”.

Mas, ao contrário, o marido, segundo a historiadora, “estimulava os casos homossexuais de Frida”. “Alguns dizem que era porque, sendo um homem mais velho, Diego não conseguia (ou não queria) satisfazer sua esposa mais jovem; outros dizem que Diego queria mantê-la ocupada para que ele mesmo pudesse ser livre”, narra a autora.

De qualquer maneira, a mulher não deixava isso afetar suas vontades em relacionamentos, criando vínculos românticos e sexuais com os dois sexos à sua maneira.

Um caso que também ficou famoso foi o da pintora com Leon Trotsky. Fugindo da perseguição de Stalin, o soviético e sua companheira Natalia Sedova foram asilados no México, sendo abrigados pelo casal de artistas na famosa Casa Azul.

Frida já era filiada ao Partido Comunista Mexicano há quase uma década. Ela também se declarava comunista tanto por via do ativismo quanto pelas representações em suas obras de arte. O quadro “O marxismo dará saúde aos doentes”, pintado em 1954, retrata a confiança do povo no comunismo. No retrato, ela é vista andando sem muletas, apoiada por sua própria ideologia.

 Trótski e Frida Kahlo / Crédito: Creative Commons

“Sem dúvida, a óbvia admiração de Diego pelo russo tornava a situação ainda mais intensa. Um caso com o amigo e ídolo político do marido seria a retaliação perfeita para a traição de Rivera com sua irmã Cristina. Em todo caso, Frida fez uso de todos os seus consideráveis poderes de sedução para atrair Trotsky”, explicou Herrera na biografia da pintora.

As discussões políticas acaloradas a respeito do futuro do mundo fizeram com que os dois se aproximassem cada vez mais. Em um período conturbado e decisivo para a História, os amantes viveram um avassalador romance, que temia e ansiava pelos novos horizontes da política mundial. No entanto, o romance foi rápido: durou apenas seis meses, mas fez impacto em ambas as vidas.

“Frida dirá que esses momentos foram os mais felizes de sua vida e aqueles em que ela pintou mais quadros, e os mais importantes. Leon [que não abandonou Natalia] sustentará que esse amor foi o último grande amor de sua vida e o mais intenso”, comenta Gérard de Cortanze, autor de Frida e Trótski — a História de uma Paixão Secreta, livro que investiga e romanceia a relação dos dois comunistas.

Frida ainda teve um relacionamento com o fotógrafo Nickolas Muray, conhecendo-o em 1931 e sendo amantes até 1941. Acredita-se que ele tenha sido o principal motivo do divórcio do casal Frida e Diego, que ocorreu em 1939. Outros homens na vida da pintora foram Heinz Berggruen e Josep Bartolí.


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