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Matérias / Copa do Mundo

Copa 1966: A luta contra o colonialismo e o polêmico gol

Na época, o continente africano ainda lutava contra o colonialismo europeu e o preconceito racial era um adversário

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 20/11/2022, às 15h00

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Imagens da final da Copa de 1966 - Reprodução / Vídeo
Imagens da final da Copa de 1966 - Reprodução / Vídeo

A Copa de Qatar pode ser a última edição do torneio a contar com 32 seleções participantes – estima-se que, a partir de 2026, o torneio possa ter 48 nações. Mas, em 1966, a situação era extremamente diferente, com um número mais escasso de representantes: apenas 16, sendo que a Inglaterra, país-sede, já tinha uma vaga garantida, assim como o Brasil, campeão da edição anterior (1962).

Desta forma, 14 lugares estavam em jogo. Para conquistá-los, 74 seleções participaram das Eliminatórias, cada qual com sua respectiva confederação. Entretanto, é importante
ressaltar que, àquela altura, o continente africano ainda lutava contra o colonialismo europeu e o preconceito racial era um adversário duríssimo a ser batido.

Mesmo assim, 15 seleções africanas partiram em busca de uma vaga no torneio – seriam 16, mas a África do Sul foi deslocada para as Eliminatórias asiáticas por conta de protestos contra o Apartheid; mais tarde, os sul-africanos foram suspensos devido ao regime, sem ao menos entrarem em campo.

Apesar do número expressivo, os africanos não tinham classificação garantida no torneio: seriam dez europeus, quatro sul-americanos e uma vaga para América Central e Caribe. A última delas seria disputada por representantes africanos, asiáticos e da Oceania.

Desta forma, o diretor ganês, Ohene Djan, que também era membro do comitê executivo da FIFA, demonstrou toda a sua insatisfação à decisão de que os africanos teriam que disputar mais uma rodada qualificatória e enviou um pedido a Stanley Rous, então presidente da FIFA, para que isso mudasse.

Após ser ignorado, o dirigente organizou um boicote à competição e todos os africanos se retiraram da disputa – o que beneficiou a classificação da Coreia do Norte. Quis o destino, porém, que o artilheiro da competição fosse Eusébio, da Seleção de Portugal:
um dos ídolos máximos dos lusitanos, autor de nove gols naquele torneio.

Inglaterra X Alemanha Ocidental

Nascido em Moçambique, os africanos estavam bem representados, embora não da forma que gostariam e deveriam. O Mundial também foi marcado por uma enorme polêmica relacionada a arbitragem.

A final no lendário Estádio de Wembley colocou frente a frente os donos da casa: a Inglaterra com a poderosa Alemanha Ocidental. Os mandantes venciam a poucos minutos do fim, mas levaram o empate aos 89 minutos.

Com a presença da rainha Elizabeth II e do primeiro-ministro Harold Wilson na arquibancada, mais de 120 mil torcedores foram ao delírio quando Geoff Hurst chutou a bola, que bateu no travessão, quicou em cima da linha e voltou na cabeça de um defensor que mandou a pelota para fora.

O bandeirinha soviético Tofik Bakhramov, porém, acabou validando o ‘gol fantasma’. Os ingleses ainda fizeram o quarto antes do apito final.