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Matérias / Crimes

Os hediondos crimes de Ivan Milat, o demônio da estrada

Maior serial killer da Austrália, ele matou brutalmente jovens que pediam caronas nas estradas

Letícia Yazbek Publicado em 15/05/2020, às 13h30

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Foto pessoal do assassino Ivan Milat - Wikimedia Commons
Foto pessoal do assassino Ivan Milat - Wikimedia Commons

Conhecido como O Assassino de Mochileiros, o australiano Ivan Robert Marko Milat é um assassino em série, responsável pelo assassinato de sete viajantes entre 1989 e 1992. A brutalidade dos crimes cometidos por Milat chocou a população da Austrália, e até hoje os ataques são considerados os assassinatos mais terríveis já cometidos no país.

Nascido em 1944, na cidade de Guildford, Nova Gales do Sul, Ivan Milat era integrante de uma família de imigrantes croatas. Ele cresceu com os pais e 13 irmãos na fazenda da família, em uma área remota da cidade.

Apesar de frequentarem uma escola católica particular, os irmãos Milat eram conhecidos por suas travessuras. Eles eram constantemente vistos carregando facas e armas de fogo, e se divertiam atirando em alvos na área externa da casa.

Aos 13 anos, Ivan já era considerado um delinquente pela polícia local. Aos 17, foi enviado a um centro de detenção juvenil por praticar roubos e furtos de veículos.

Segundo Boris Milat, um dos irmãos mais velhos, Ivan mostrava sinais de psicopatia desde cedo. Ainda aos 17 anos, ele teria confessado a Boris que atirou acidentalmente em um taxista quando tentava assaltá-lo. Ivan nunca foi pego, e outro homem foi considerado culpado e preso em seu lugar.

O jovem Ivan Milat / Crédito: Wikimedia Commons

Em 1971, aos 27 anos, Ivan foi acusado de estuprar duas jovens a quem havia dado carona de Liverpool, no subúrbio de Sidney, à Melbourne. Em seus depoimentos, as mulheres afirmaram que Milat estava armado com uma faca e levava cordas em seu carro. No entanto, por falta de provas, ele foi absolvido.

Ivan se casou com Karen Duck em 1984 — o relacionamento durou apenas três anos. Quando os dois se separaram, Ivan colocou fogo na casa dos pais de Karen. Ela testemunhou contra o ex-marido, alegando que ele era violento e obcecado por armas de fogo.

No fim dos anos 1980, a Austrália passou a ser um dos destinos favoritos de jovens aventureiros de várias partes do mundo. Muitos deles viajavam pedindo caronas nas estradas.

As vítimas

A primeira vítima do Assassino de Mochileiros foi encontrada em 19 de setembro de 1992, na Floresta Estadual de Belanglo, a 120 quilômetros de Sydney. Dois corredores descobriram um corpo parcialmente coberto pela terra, com o rosto virado para o chão e as mãos atadas nas costas.

Na manhã seguinte, a polícia encontrou o segundo corpo, a poucos metros do primeiro. As investigações revelaram que aqueles eram os corpos de Caroline Clarke, de 21 anos, e Joanne Walters, de 22, jovens britânicas que haviam desaparecido em abril daquele ano. O corpo de Joanne havia sido esfaqueado 14 vezes, e Caroline havia sido atingida no crânio cerca de 10 vezes, com uma arma calibre .22.

Outros registros de mochileiros que desapareceram na região começaram a surgir, mas a polícia negava a existência de uma ligação entre os homicídios das jovens e os desaparecimentos. No entanto, novos corpos apareceram no ano seguinte.

Milat era fanático por armas de fogo / Crédito: Divulgação

Em outubro de 1993, um homem que colhia lenha na Floresta de Belanglo encontrou um crânio humano. Ele chamou a polícia, que rapidamente descobriu dois corpos, em uma cova improvisada semelhante às utilizadas nos homicídios de Joanne e Caroline.

As vítimas foram identificadas como James Harold Gibson e Deborah Phyllis Everist, ambas de 19 anos. O casal australiano desapareceu em 1989, quando saíram de Sydney com o objetivo de pegar caronas até a região sul do país.

O corpo de James foi encontrado com diversos ferimentos provocados por uma longa faca de caça. Os golpes foram tão fortes e profundos que quebraram sua coluna e perfuraram seus pulmões. Já Deborah teve o crânio fraturado e a mandíbula quebrada, além de ter sido esfaqueada nas costas.

Após as novas descobertas, mais de 300 policiais passaram a realizar buscas na floresta. Em 1º de novembro, encontraram o corpo de Simone Schimidl, uma viajante alemã que havia desaparecido em janeiro de 1991. Ela também sofreu diversos golpes de faca, na parte superior das costas.

Três dias depois, foram encontradas as últimas vitimas: o casal alemão Anja Habschied e Gabor Neugebaner. Gabor havia sido baleado na cabeça seis vezes, e Anja teve o corpo separado da cabeça, que não estava no local. O corpo da jovem estava sem a parte inferior do vestuário, o que sugere que ela tenha sido violentada sexualmente. No entanto, o estado dos corpos impediu que a polícia determinasse o que aconteceu ao certo.

Os policiais encontraram na floresta vestígios de um acampamento, com cartuchos do mesmo rifle que foi usado nos assassinatos dos mochileiros.

Diversas informações chegavam às delegacias, e várias delas citavam a família Milat. De acordo com as denúncias, os membros da família tinham comportamento suspeito, eram fanáticos por armas e praticavam caça na região da floresta.

Novas provas

Ao investigar a família, os policiais descobriram que Ivan havia sido acusado de estuprar duas mulheres a quem ofereceu carona. O homem rapidamente se tornou o principal suspeito do caso.

Enquanto a polícia procurava por mais evidências contra Ivan Milat, um homem britânico chamado Paul Onions, que havia visitado a Austrália anos antes, disse aos investigadores que um homem havia tentado matá-lo após lhe oferecer carona. Quando o homem parou o carro e pegou uma arma e uma corda, Paul saltou do veículo e correu até encontrar ajuda.

O caso de Paul Onions foi arquivado e esquecido pela polícia — até que o Paul viu as notícias sobre o Assassino de Mochileiros e teve certeza de que se tratava do mesmo homem. As autoridades levaram Onions de Londres até Sydney para identificar o criminoso: entre as fotos de 13 suspeito, ele apontou para a de Ivan Milat.

Prisão

Em 22 de maio de 1994, a polícia realizou uma busca na casa de Ivan, onde encontrou armas, munições e facas, além de um saco plástico com componentes do mesmo rifle usado nos crimes. A investigação constatou que as marcas dos projéteis encontrados nos locais do crime eram compatíveis com as ranhuras dos componentes de rifle de Ivan.

O assassino, já na prisão / Crédito: Divulgação

Itens pessoais como roupas, mochilas, sacos de dormir e câmeras fotográficas que pertenciam às vítimas foram encontradas nas proximidades da casa de Ivan, que foi preso no mesmo dia.

No julgamento, em março de 1996, Ivan Milat alegou inocência e afirmou que alguém estava tentando incriminá-lo. Mesmo assim, foi condenado à 7 penas de prisão perpétua, além de uma pena de seis anos pelo ataque a Paul Onion.

As autoridades acreditam que Milat pode ter feito ainda mais vítimas, visto o grande número de mochileiros que desapareceram naquela região na época.


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