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Matérias / Entretenimento

De intelectual a subcelebridade: Relembre a quimérica Banheira do Gugu

Eternizada na história da TV brasileira, a atração chegou a incomodar pela apresentação de partes íntimas em horário de classificação livre

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/05/2021, às 16h09 - Atualizado às 21h24

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Gugu orienta brincadeira em banheira com Nana Gouveia e Alexandre Frota - Divulgação / SBT
Gugu orienta brincadeira em banheira com Nana Gouveia e Alexandre Frota - Divulgação / SBT

Em 1994, o programa Domingo Legal, então comandado por Gugu Liberato, completava seu primeiro ano no ar após diversas tentativas do SBT em preencher o horário dominical que antecedia o programa de Silvio Santos — que anos antes, tentou emplacar o Big Domingo, também com Gugu.

Com novo formato e sabendo explorar convidados, o programa conseguiu se consolidar na grade e, como novidade, trazia uma ideia que revolucionaria a televisão brasileira.

Com apenas três itens, a audiência poderia ser alavancada rapidamente; uma banheira, sabonetes e convidados de todos os tipos, desde membros da classe artística até pessoas que jamais imaginaríamos assistir na água.

Com estes elementos, o quadro “Banheira do Gugu” foi criado. O desafio era criar um time feminino e masculino de figuras públicas e, em roupar mínimas, fazer com que os famosos se digladiassem em busca dos sabonetes no fundo da água — enfrentando a força física dos oponentes com os corpos cobertos de espuma escorregadia. Um verdadeiro suco de televisão brasileira.

Personalidades quiméricas

Diversos episódios foram capazes de marcar a história do programa quando a banheira é envolvida; o quadro revelou modelos nacionalmente, sendo as principais antagonistas na busca pelos sabonetes. Solange Gomes, Nana Gouveia e Luiza Ambiel são algumas da mais lembradas, visto que permaneceram no elenco fixo da atração como “gatas da banheira”.

A última, em específico, foi a que mais tempo cobriu a banheira, entre a estreia até 1998, chegando a lançar um livro sobre as centenas de participantes que se dispuseram a vencê-la.

Na época da publicação, Luizaexplicou a revista Istoé Gente que chegava a fazer apresentações por todo o Brasil com todo o aparato, realizando a brincadeira pela bagatela de R$ 4 mil reais — tendo em vista que, na época, o salário mínimo era R$ 151, como informa a OAB-SP.

Com o sucesso, outras grandes figuras da história do país figuraram a banheira; em 1995, a única participação em vida dos Mamonas Assassinas no programa contou com o vocalista Dinho sofrendo para vencer o desafio.

Outro que fez questão de levar a banheira para seu estúdio e participar da brincadeira foi o entrevistador Jô Soares, que mergulhou de terno após convidar Luiza.

Empecilhos da TV

Os problemas no palco já eram bastantes, apesar do acréscimo de audiência que consolidou a liderança do programa na segunda metade da década de 1990; além das brigas entre convidados, os constantes vazamentos de partes íntimas expunham, em um programa de classificação livre nas tardes de domingo, a luta pela audiência.

De acordo com a Folha Ilustrada, a Justiça de Minas Gerais chegou a ordenar o fim do quadro, mas entrou em acordo e o SBT mudou a classificação para 14 anos. Porém, em 2000, o Ministério da Justiça compreendeu que a banheira infringia a Portaria 796, que buscava vetar partes íntimas em horários onde crianças assistem TV.

Dessa maneira, a banheira só poderia ser exibida após as 21h, sendo que o programa era encerrado às 20h30. Irritado, Gugu fez questão de encerrar a brincadeira de sucesso e focar em outras atrações. Na revista Veja, ele justificou: “Hoje em dia, as pessoas vão com pouca roupa à praia e ninguém acha isso escandaloso. Mas no meu programa todo mundo reclama”.


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