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Matérias / Domingo Sangrento

Domingo Sangrento: há 118 anos, trabalhadores russos eram mortos por tropas de Nicolau II

Demissão de quatro operários culminou com violento massacre que vitimou fatalmente 200 pessoas

Redação Publicado em 09/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 09h30

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O massacre do Domingo Sangrento em São Petersburgo - Domínio público
O massacre do Domingo Sangrento em São Petersburgo - Domínio público

O início do século 20 ficou marcado na história da Rússia como um período de grande crise econômica, política e social, uma época em que conflitos de interesses acabaram por gerar uma enorme onda de violência.

De um lado, população, que passava fome, se via cada vez mais insatisfeita com o governo czarista e com a opressão de um sistema feudal que, oficialmente, não existia desde 1856, mas que persistia, uma vez que toda a terra ainda estava nas mãos dos nobres.

De outro, a nobreza desejava manter o antigo sistema e lutava contra o processo de industrialização do país, já que acreditavam que acabariam empobrecendo. 

Fachada do Palácio de Inverno, em São Petersburgo / Crédito: Getty Images

Nesse contexto de tensão, um fato envolvendo a demissão de quatro operários em dezembro de 1904, acabou por culminar em um grande massacre em 9 de janeiro de 1905 (de acordo com o calendário juliano), há exatos 118 anos, dia que ficou conhecido como Domingo Sangrento.

Demissão de operários

De acordo com informações do portal DW, os quatro homens, que trabalhavam na maior fábrica de São Petersburgo, acabaram sendo despedidos de maneira injusta.

Conforme afirmou a historiadora do Instituto da Europa Oriental na Universidade Livre de Berlim, Jutta Petersdorf, "eles foram demitidos porque exigiram a punição de um feitor que era injusto e tratava mal os operários."

Em busca de mudanças

O fato acabou repercutindo, de modo que um grande protesto foi organizado. De início, a manifestação foi apoiada pelos "sindicatos amarelos", os quais foram criados por entidades estatais para conter insatisfações populares, de modo a manter a ordem.

A organização tentou convencer o diretor da fábrica a voltar atrás em sua decisão, mas os pedidos foram em vão.

Desenho de artista desconhecido sobre o 9 de janeiro de 1905 / Crédito: Domínio público

No dia 2 de janeiro de 1905, foi realizada uma assembleia do sindicato, que decidiu dar início a uma greve. Assim, aos poucos, a situação começou a fugir do controle das autoridades.

A passeata

Não demorou muito até que outras fábricas de São Petersburgo aderissem à greve, que teve como evento principal uma passeata ocorrida no dia 9 daquele mês.

Na data, uma multidão de 100 mil pessoas dirigiu-se em direção ao Palácio de Inverno de São Petersburgo, residência do czar, reivindicando uma melhoria das condições de vida dos trabalhadores.

Contudo, quando os operários se aproximaram do palácio, foram recebidos a tiros. Segundo a fonte, 200 pessoas morreram e outras 800 ficaram gravemente feridas naquele Domingo Sangrento.

Nicolau II em pintura/ Crédito: Domínio Público

Alguns historiadores dizem que a reação das tropas do czar se deu de maneira espontânea. No entanto, uma grande parcela acredita que a operação foi premeditada. É o caso de Petersdorf.

A repressão sangrenta acabou por provocar novas rebeliões, que acabariam culminando, em outubro do mesmo ano, na assinatura de um decreto que ficou conhecido como Manifesto de Outubro, por parte de Nicolau II. A medida permitiu a realização das primeiras eleições parlamentares livres na Rússia.