O líder do The Doors foi um símbolo de uma geração psicodélica, mas em seus momentos pessoais, abusou da saúde em episódios intensos
Wallacy Ferrari Publicado em 30/07/2020, às 11h47
Carismático e com uma presença de palco incomparável, o líder do The Doors Jim Morrison chegou a ser um exemplo a ser seguido no surgimento do rock progressivo estadunidense; um rapaz bonito, educado, de voz esplendida e com boa família. Razoavelmente, o produto perfeito para a indústria musical.
Apesar da exposição, a construção da figura psicodélica do líder somava a sua infância difícil, repleta de mudanças de casas por todo os Estados Unidos, graças ao cargo alto de militar do pai. A rigorosidade da figura paterna foi transcrita pelo cantor em atitudes controvérsas desde a adolescência, sendo preso pouco após entrar na faculdade.
Na ocasião, cursava Filosofia na Florida State University, mas pouco praticava; em um jogo festivo, brigou com atletas, com torcedores, com seguranças e, aos gritos, xingou meio mundo. Foi o suficiente para Morrison registrar sua primeira passagem na prisão, por estar bêbado em público, perturbar a paz alheia e, de quebra, roubar um capacete de um policial.
Após o primeiro episódio de detenção, em 1963, Morrison ainda seria preso mais cinco vezes; tanto no anonimato, quanto com a fama internacional. Em 1966, foi detido por brincar com a morte; em uma viagem da universidade, um dos colegas da classe desapareceu, preocupando toda a caravana. Para piorar, Morrison assumiu que havia matado Phil O'Leno e enterrado no deserto, em tom de brincadeira. O vocalista chegou a ser conduzido a prisão, mas O'Leno reapareceu.
Já como um líder de banda, foi preso em 1967 por incitar motim contra a polícia, além de ser pego fazendo sexo com uma garota atrás do palco, sendo enquadrado por indecência. Em 1968, viajou para Las Vegas e decidiu provocar policiais simulando um cigarro de maconha, enquanto estava bêbado. Não foi preso por portar drogas, mas por embriaguez pública, crime específico daquele condado.
O auge seria em 1969, quando fez o lendário show após o lançamento do álbum “Touch Me”. Enquanto discursava, um espectador atirou champanhe no vocalista, que retrucou ficando as roupas e se masturbando. O contratante tentou intervir, mas Morrison estimulou a plateia a fazer o mesmo. O resultado foi Morrison enquadrado por quatro crimes e muitos fãs presos.
Afundado em drogas, os constantes episódios de indecência acabaram afastando empresários e imprensa de se associar da banda. Com isso, um choque interno se instaurou contra Morrison. Unido com a noiva Pamela Courson, chegou a tentar a desinfecção e reabilitar, sem sucesso.
Os problemas com o álcool prosseguiram, com sua última prisão, em 4 de agosto de 1970. Sendo encontrado bêbado e desacordado em uma calçada, na frente da residência de Elenor Brough, que avistou o rapaz na manhã seguinte em sua porta. Morrison não permitiu que o homem pegasse seu jornal matinal, tendo de chamar a polícia. Preso por suspeita se embriaguez, foi libertado por apenas 25 dólares.
Os excessos resultaram no encontro de sua companheira na banheira de um apartamento, já sem vida, em 3 de julho de 1971. O laudo médico concluiu que o jovem, com apenas 27 anos, faleceu por uma parada cardíaca após o consumo excessivo de heroína.
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