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Matérias / Personagem

Exames e exposições públicas: a trajetória dos irmãos siameses Tocci

Excursionando pela Europa e Estados Unidos, os gêmeos fizeram fortuna exibindo os fenômenos corporais

Wallacy Ferrari Publicado em 19/05/2020, às 10h54

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Anúncios de exibições dos irmãos Tocci - Wikimedia Commons
Anúncios de exibições dos irmãos Tocci - Wikimedia Commons

Poucos nascimentos foram tão sondados como os de Giacomo e Giovanni pela imprensa italiana. Os irmãos não se tratavam de filhos de famosos ou de autoridades, mas movimentou a cidade de Locana, na região de Piemonte, por sua condição nunca antes vista na população local.

Com a caixa torácica unida, a coluna dos irmãos ligavam as cabeças até uma mesma bacia, proporcionando um só par de pernas para ambos. Descoberto apenas após o parto, o filho de Maria Luigia Mezzanrosa, na época com 19 anos, na verdade eram dois. Ligados por apenas um cordão umbilical e uma placenta, nasceu os gêmeos siameses Tocci.

O choque foi tão grande para a família e para os médicos que Giovanni, pai dos gêmeos, sofreu um colapso nervoso acreditando estar vendo uma atuação sobrenatural, sendo internado em um hospital psiquiátrico por aproximadamente um mês, até compreender o fenômeno.

Apresentando ao mundo

A infância dos irmãos foi dividida em duas ocasiões principais; a primeira foi os constantes exames de diversos médicos por toda a Europa. A segunda seria a exposição pública constante.

Com auxílio de professores da Academia de Medicina de Turim, foi possível compreender a união da sexta costela e como os quatro braços e dois corações foram gerados. Já na Sociedade Suíça de Ciências Naturais, a equipe determinou por que os recém-nascidos continuariam vivos por muito tempo, sem sofrimentos em relação à saúde.

Por outro lado, os pais aproveitaram a fama obtida com a anormalidade dos filhos na imprensa e aproveitaram para excursionar no continente realizando exibições. As turnês atraíam curiosos e profissionais da medicina, que tinham interesse em conhecer os gêmeos siameses.

O corpo dos jovens em ilustração (à esq.) junto a foto dos gêmenos (à dir.) / Crédito: Divulgação

A juventude dos irmãos

Antes da adolescência, um médico inglês chegou a afirmar que Giacomo era bem menos inteligente do que Giovanni, que demonstrava dotes artísticos intelectuais com maior facilidade, levando a acreditar que os nutrientes de Giovanni eram melhor processados no metabolismo dos gêmeos. A teoria, no entanto, foi desmentida por outros profissionais da Saúde ao longo da adolescência dos italianos.

Sem a possibilidade de sustentar o corpo de ambos com apenas um par de pernas, os dois compartilhavam uma cadeira de rodas, facilitando a exploração comercial dos pais para fotografias e exibições públicas. Na adolescência, os rapazes já falavam francês, italiano e alemão, além de desenvolver personalidades distintas. 

Giovanni era mais quieto do que Giacomo, porém, costumava desagradar o irmão por consumir bebida alcoólica quando o outro mal bebia. Em algumas ocasiões, chegaram a brigar, desferindo braçadas em suas cabeças, mas na grande maioria do tempo, tinha um convívio proveitoso devido a união literalmente inseparável, visto que os exames apontavam que o falecimento de um ocasionaria na morte do outro.

Juntos até o final

Na última turnê, realizada em 1891 nos Estados Unidos, os irmãos Tocci chegaram a lucrar US$ 1.000 por semana pelas apresentações, chegando a estender uma turnê de 3 semanas para um ano e, posteriormente, para cinco, devido ao sucesso. Já sabendo lidar com o público, os jovens contavam com auxílio de assistentes para evitar ataques físicos e pessoais.

Os longos anos de trabalho resultaram em um conforto financeiro que possibilitou os gêmeos a se aposentarem com apenas 20 anos de idade, comprando uma grande casa em Veneza. De 1897 em diante, as aparições públicas dos irmãos cessaram por completo, sendo raramente vistos fora de suas residências. Ambos casaram com mulheres que dividiam as tarefas de cuidadora dos companheiros.

A data do falecimento dos rapazes é incerta; artigos apontam que ficaram vivos até 1940, sem registros posteriores. O Guinness Book aceitou a veracidade da última data registrando os gêmeos em vida, mesmo sem a data do falecimento, e compreendeu que, pelo fato de terem vivido ao menos 65 anos, eram os gêmeos siameses mais longevos da história, perdendo o posto apenas em 2014.


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