Mauricio de Sousa se inspirou em seus filhos ao criar diversos personagens da Turma da Mônica
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/06/2023, às 10h00 - Atualizado em 28/09/2023, às 14h59
No Brasil, praticamente não há quem não conheça os quadrinhos da 'Turma da Mônica', criados por Mauricio de Sousa em 1959. Não à toa, foram importantes na alfabetização de muitas crianças ao longo de décadas, sendo também o primeiro contato literário de muitas delas.
E a turminha do bairro do Limoeiro tem como sua líder aquela que dá nome ao grupo, Mônica. Baixinha, dentuça, sempre com um vestido vermelho e carregando Sansão, o coelhinho de pelúcia, ela se eternizou na vida de grande parte dos brasileiros desde sua estreia, em 3 de março de 1963, no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo.
Um fato bastante conhecido sobre a turminha, porém, é que vários de seus personagens são inspirados em filhos do cartunista Mauricio de Sousa. A própria Mônica não escapa disso: ela foi baseada em Mônica Sousa, uma entre os 10 filhos do escritor, que hoje tem 62 anos e tinha somente 2 quando a personagem que a acompanharia pelo resto da vida foi criada.
Nascida em 28 de setembro de 1960 na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, Mônica Spada e Sousa é a segunda filha de Mauricio de Sousa e Marilene Spada — casal que também teve Mariângela, Magali e Mauricio Spada, que também inspiraram personagens.
Hoje, embora seja mais conhecida por ser a verdadeira inspiração para a criação da icônica Mônica dos quadrinhos, ela também atua como empresária e diretora-executiva da Mauricio de Sousa Produções. E apesar de parecer um sonho ser a modelo para a personagem parecer ótimo, ela já contou em entrevista à Revista QUEM em 2013 que, em outras épocas, já se incomodou com o fato.
No passado, a personagem era diferente do que vemos hoje em dia: com o tempo, seus cabelos ficaram mais ajeitados, ficou menos emburrada e mais sorridente. E certamente as características que tinha antes lhe rendeu bastante dor de cabeça na infância e adolescência.
"Na escola, por exemplo, não tinha como escapar de pessoas tirando sarro de mim", contou em entrevista à QUEM em 2013. "Não era segredo que meu pai tinha criado a personagem inspirada em mim, mas eu não gostava de ser comparada a uma pessoa brava. Não sou uma pessoa brava. O baixinha não me incomodava tanto. Nunca fui alta mesmo."
Porém, como já mencionado, essa braveza foi se perdendo. Quando questionada sobre as mudanças da personagem em aparência e personalidade, Mônica Sousa respondeu: "Anos atrás, a Mônica era mais invocada, mais briguenta. Os fãs das historinhas pediam para que ela não batesse tanto no Cebolinha. As provocações ainda existem, as brigas. Mas ela ficou menos invocada. Ele, por sua vez, parou de pichar os muros da vizinhança."
De qualquer forma, mesmo que a personagem e a verdadeira Mônica sejam independentes entre si, uma estará atrelada a outra para sempre. E para qualquer brasileiro, Mônica seguirá sempre sendo uma amada figura, já eternizada na cultura nacional.
Ver essa foto no Instagram
