Conheça a história de uma das figuras mais conhecidas do narcotráfico internacional
Maria Paula Azevedo, supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/11/2023, às 08h00 - Atualizado em 04/01/2024, às 16h57
Muito se fala sobre Pablo Escobar, o narcotraficante colombiano fundador do Cartel de Medellín, uma das maiores e mais conhecidas redes de tráfico de drogas do mundo. Porém, esta organização também contou com outro nome de importância: Griselda Blanco.
Conhecida como Madrinha da Cocaína, Viuvá Negra e Rainha do Narcotráfico, acredita-se que Griselda nasceu em 15 de fevereiro de 1943, em Santa Maria, na Colômbia. E em razão de uma infância de privações, Blanco teria adentrado a vida do crime ainda jovem.
Segundo o jornal The Sun, pessoas ligadas a ela afirmam que, aos 11 anos, Griselda participou do sequestro de um menino e depois tirou a sua vida quando não obteve o que foi pedido no resgate. Outros relatos anônimos garantem que ela já trabalhou como prostituta e até batedora de carteiras.
Entretanto, sua entrada no mundo das drogas se deu graças ao seu segundo marido, Alberto Bravo, que atuava no Cartel de Medellín. Em 1971, Blanco e Bravo se mudaram para Nova York, disfarçados de importadores de artigos de vestuários.
Nesta ocasião, o marido de Griselda se tornou o primeiro traficante colombiano a importar cocaína produzida em Medellín para o território americano, superando Escobar.
Antes de se estabelecer como uma das traficantes mais conhecidas do ramo, Blanco utilizava jovens mulheres como mulas de tráfico, ao presenteá-las com lingeries personalizadas para transportar os pacotes que continham a droga.
No ápice de sua carreira, Griselda chegou a acumular uma fortuna de, aproximadamente, R$ 7 bilhões, graças aos R$ 330 milhões que ela recebia mensalmente pelo transporte de duas toneladas de cocaína da Colômbia ara Miami e Nova York.
Seu marido chegou a retornar à Colômbia para reorganizar e operar os negócios diretamente de Medellín, enquanto ela permaneceu nos Estados Unidos. Mas durante seu tempo sozinha em território americano, a traficante passou a ingerir grandes quantidades de bazuca, uma forma não refinada da cocaína.
Griselda passou a ter uma paranoia de que seu companheiro a estava traindo, tanto em seu relacionamento, quanto nos negócios, o que a levou a colocar em prática um plano de fuga. No entanto, seus instintos não a decepcionaram.
Em 1975, quando uma ação conjunta da Drug Enforcement Administration e do Departamento de Polícia de Nova York, chamada Operação Banshee, emitiu um mandado de prisão contra Blanco, ela já havia cruzado a fronteira em direção a Bogotá, capital colombiana. Ao retornar ao seu país de origem, assassinou o marido.
Com a morte de Alberto Bravo, ela assumiu a direção do império de drogas e passou a administrá-lo no local. Quando eventualmente retornou aos EUA, Griselda passou a maioria do tempo reclusa em sua luxuosa cobertura em Miami, Flórida.
Suas ações foram interrompidas em 1985, quando foi presa em sua casa na Califórnia, sob a acusação de tráfico de drogas, que lhe rendeu uma sentença de 13 anos de prisão.
Em 1994, após quase dez anos de prisão, Blanco foi indiciada em primeiro grau por três assassinatos ocorridos em 1994, mas estima-se que ela tenha sido responsável por mais crimes. Uma década depois, em junho de 2004, Griselda foi deportada para a Colômbia, onde foi assassinada em 3 de setembro de 2012, na cidade de Medellín.
"Se ela não era uma das traficantes mais prolíficas da região de Miami, era claramente uma das mais violentas. Estimamos que ela esteja envolvida em pelo menos 40 homicídios entre Miami, Queens e o condado de Broward”, afirmou na época Al Singleton, então sargento do Departamento de Polícia de Metro Dade, conforme repercutido pela CNN Edition.
Uma minissérie sobre a Madrinha da Cocaína, estrelada pela colombiana Sofía Vergara, promete apresentar “o retrato da vida ambiciosa de Griselda, uma mãe devota que criou um dos cartéis mais lucrativos da história”.
A série ‘Griselda’, com a sua estreia marcada para o dia 25 de janeiro de 2024 na Netflix, contou com os mesmos produtores de ‘Narcos’ e ‘Narcos: México’, que também relatam a história do narcotráfico na América Latina. Nomes como Vanessa Ferlito, Christian Tappan, Alberto Guerra e Alberto Ammann também fazem parte da produção.
