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Matérias / Esporte

Há 30 anos, tenista Monica Seles era esfaqueada ao vivo durante torneio internacional

O episódio, visto internacionalmente devido a transmissão esportiva, marcou a história do tênis pela impunidade

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 26/04/2023, às 19h11 - Atualizado em 27/04/2023, às 09h15

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Seles sendo socorrida após ataque - Divulgação / Vídeo / YouTube
Seles sendo socorrida após ataque - Divulgação / Vídeo / YouTube

Há 30 anos, um evento chocante mobilizou o mundo do tênis; durante uma partida de quartas de final do Torneio de Hamburgo, na Alemanha, a tenista norte-americana Monica Seles foi esfaqueada pelas costas por um fã de sua rival, Steffi Graf.

O agressor, Günter Parche, era um alemão de 38 anos que sofria de distúrbios psicológicos e idolatrava Steffi Graf. Ele se aproximou de Seles durante uma pausa no jogo e a esfaqueou com uma faca de cozinha. A tenista foi levada às pressas para o hospital, onde passou por uma cirurgia de emergência.

O ataque chocou o mundo do tênis e o público em geral, já que Seles era uma das maiores estrelas do esporte na época. Com apenas 19 anos, ela já havia vencido oito torneios do Grand Slam e estava em seu auge, sendo considerada por muitos a melhor tenista da atualidade, como informou a revista Lance.

Por outro lado, a rápida ascensão da jovem fez com que Parche avaliasse os méritos como uma ameaça a Steffi, que acumulava 11 títulos do Grand Slam e, até o fim de sua carreira, duplicaria a quantidade, se aposentando com 22 troféus da principal competição internacional da categoria.

Consequências

Günter foi preso ainda no local do incidente, sendo imobilizado por seguranças. Mesmo assim, não passou muito tempo preso, visto que a justiça alemã constatou sua insanidade mental no terceiro mês de cárcere, garantindo assim sua liberdade condicional, como informou a Folha de S. Paulo. Ele faleceu em abril de 2023, aos 68 anos.

Após o incidente, Seles ficou afastada das quadras por mais de dois anos, sofrendo de depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Recuperada da lesão que, por pouco, não a impediu de andar permanentemente, ela finalmente retornou ao tênis em 1995 — mas nunca mais foi a mesma jogadora.

Embora tenha conseguido vencer mais alguns torneios, nunca mais conquistou um Grand Slam ou retomou a liderança do ranking feminino. Mesmo assim, entrou na história da modalidade ao ganhar prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, e acumulando 53 títulos até a aposentadoria.

Seles se mudou para a Flórida após o incidente e passou a evitar a Europa, onde o ataque ocorreu, e esclareceu que não jogaria mais na Alemanha, como afirmou ao The Independent. Embora tenha havido melhorias na segurança nos torneios desde então, o incidente serve como um lembrete de como o fanatismo e a obsessão podem levar a consequências terríveis.