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Matérias / Personagem

Hans Schmidt: o padre assassino que matou a amante e foi condenado à cadeira elétrica

O clérigo desmembrou e jogou o corpo da jovem Anne Aumuller em um rio — mas esse não foi o único de seus crimes

Vanessa Centamori Publicado em 16/03/2020, às 13h00

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O padre Hans Schmidt - Wikimedia Commons
O padre Hans Schmidt - Wikimedia Commons

Hans Schmidt foi um padre católico e um criminoso sanguinário de uma lista enorme de delitos. Um deles incluiu assassinar e desmembrar uma amante secreta que o religioso mantinha em sigilo. Esse foi o único de seus crimes pelo qual ele foi condenado, em 1900.

Schmidt, que foi o primeiro padre a ser senteciado à cadeira elétrica na história dos Estados Unidos, já mostrava sinais de sua verdadeira natureza desde a infância. E tal essência era muito discrepante com relação aos corredores dos seminários: estava mais para um comportamento assustador.

Nascido na cidade alemã de Aschaffenburg, em 1881, quando era criança, o futuro padre passava as tardes observando vacas e porcos sendo processados em um abatedouro local. Apesar da apreciação pela morte dos animais, ele gostava de brincar de ser padre, junto a seu amigo imaginário.

Aschaffenburg, cidade natal do padre assassino / Crédito: Wikimedia Commons 

Aos 25 anos de idade, lá pelo ano de 1904, ele passou a exercer a sua profissão religiosa. Durante 4 anos, atuou como padre, mas foi realocado em 1908, sendo transferido para os Estados Unidos, em Louisville, no Kentucky. 

Logo depois, devido à discussões que Schmidt tinha com líderes católicos, o rapaz teve que ser realocado novamente. Ele foi para a Igreja St. Boniface, localizada no centro da cidade de  Manhattan, nos EUA. 

No local, também começou a trabalhar uma empregada vinda da Áustria, chamada de Anna Aumuller. Encantado pela mulher, apesar de ser padre, Schmidt começou a se envolver amorosamente com a austríaca. 

Mas o casal foi interrompido por um tempo, quando Schmidt foi realocado para outra Igreja, a  St. Joseph, em West Harlem. Não se sabe ao certo o motivo da transferência do clérigo, mas é possível que ela tenha ocorrido em decorrência do affair que ele mantinha com a empregada. Teriam os dois sido pegos no flagra?

Anna Aumuller / Crédito: Wikimedia Commons 

Especulações à parte, no dia 26 de fevereiro de 1913, Hans Schmidt se casou secretamente com Aumuller, em uma cerimônia feita por ele mesmo. Mas a lua de mel dos pombinhos não durou muito. Aumuller contou ao padre que estava grávida - e foi aí que ele soube que seu romance podia prejudicá-lo.

A preocupação de Schmidt tomou formas muito cruéis: o religioso assassinou a amada com um terrível golpe na garganta. O homicídio teve como plano de fundo um apartamento que o páraco tinha alugado para Aumuller.

Após a garganta dela ser dilacerada com uma faca, o padre usou uma serra para cortar a cabeça da ex e serrar seu corpo pela metade. O cadáver da moça foi colocado então em uma de suas fronhas, que dizia “A”.

Para fazer o corpo caber no pano da fronha, Schmidt o enrolou no jornal daquele dia 31 de agosto. Por fim, o cadáver esquartejado foi despejado no Rio Hudson. Para que o corpo afundasse, o padre ainda misturou um pouco de pedras de xisto naquela carnificina.

Porém, as tentativas de esconder o homicídio caíram por terra três dias depois, quando duas crianças andavam ao longo do rio e encontraram a parte superior da mulher. Isso permitiu que as autoridades um tempo depois encontrassem o resto do corpo dela.

Uma autópsia policial revelou que a mulher tinha dado à luz o filho um pouco antes de morrer. Mas não foi o corpo ou o fato da moça estar grávida, mas sim a fronha, que permitiu que os policiais desvendassem quem era o culpado do crime. Como o tecido tinha a letra “A”, eles rapidamente o relacionaram ao sobrenome Aumuller. 

Homem sendo eletrocutado na prisão Sing Sing / Crédito: Wikimedia Commons 

Quando entraram no apartamento alugado por Schmidt, os investigadores encontraram uma cena macabra. Havia ainda manchas de sangue no chão e nas paredes, mesmo que o padre tivesse tentado limpá-las. A faca e a cerra usados no crime estavam escondidos dentro de um baú, um pouco mais limpos. 

Durante um interrogatório à polícia, o padre confessou o homicídio afirmando: “Eu a amava. Sacrifícios deveriam ser consumados em sangue”. Porém, nenhuma de suas tentativas de justificar o crime valeram de algo: o júri o considerou culpado pelo homicídio de primeiro grau.

Durante uma investigação, foi descoberto que Schmidt não só tinha cometido o assassinato, como também tinha uma impressora capaz de imprimir notas de 10 dólares - o que valia na época cerca de 240 dólares atualmente ( R$ 1.187,21, na atual cotação). 

O padre também estava planejando com um dentista de Manhattan cometer homicídios e lucrar com os seguro de vida dos mortos. E ainda, ele foi apontado como o possível assassino de uma garotinha de 9 anos, cujo corpo foi encontrado em um porão em St. John.

O cadáver da menina estava desmembrado de modo parecido com o corpo de  Anne Aumuller. Outra garota na cidade natal de Aschaffenburg também havia sido morta, aumentando ainda mais as suspeitas dos policiais alemães, que não conseguiram julgar Schmidt antes do padre ser executado. Ele foi morto pelo choque da cadeira elétrica em 18 de fevereiro de 1916, na prisão de segurança máxima Sing Sing, em Nova York, nos Estados Unidos. 


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