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Matérias / Brasil

Há 196 anos Brasil e Portugal guerreavam em Salvador pela independência da cidade

A cidade de Salvador estava ocupada pelos portugueses quando o almirante Thomas Cochrane comandou seus navios contra os colonizadores

André Nogueira Publicado em 04/05/2019, às 12h00

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Wikimedia commons
Wikimedia commons

Em fevereiro de 1822, o militar português Madeira de Melo assumiu o governo da província da Bahia, criando uma forte tensão entre os brasileiros e os portugueses da região. 

Neste cenário, a Bahia recebeu a notícia da Proclamação da Independência por Pedro I, que assumiu o cargo de Imperador do país. O momento era de incitação à resistência dos brasileiros e disseminação da lusofobia (desejo de expulsão dos portugueses nas terras brasileiras), o que levou os brasileiros a criar um polo de resistência em Cachoeira, onde fazendeiros e comerciantes doaram grandes quantias de dinheiro para financiar um exército voluntário, para então retomarem Salvador e expulsarem os "intrusos".

Madeira de Melo / Crédito: Wikimedia commons

Uma série de batalhas foram traçadas entre brasileiros e portugueses, até que em 1823, com a vitória brasileira na Batalha de Pirajá, os portugueses ficaram isolados na área urbana de Salvador.

O cerco realizado pelos brasileiros fez com que a entrada de recursos em Salvador fosse cortada, causando uma crise de alimentos na rica cidade que era abastecida pelas fazendas dos arredores da região do Recôncavo. A onda de fome impulsionou os portugueses a lançarem uma série de ofensivas contra os moradores na Ilha de Itaparica. As ofensivas falham miseravelmente.

No dia 1º de abril de 1823, enviado pelo imperador Pedro I, o almirante da marinha brasileira Thomas Cochrane lançou uma ofensiva náutica que navegou a Norte em direção a capital. O objetivo da frota era criar um bloqueio que impedisse qualquer tentativa de encaminhar reforços da Europa pelo mar. Mesmo o Imperador, nascido em Portugal, estava na disputa contra a presença portuguesa na capital baiana.

Alt. Cochrane / Crédito: Wikimedia commons

No caminho à Bahia, outros navios se juntaram à frota de Cochrane. Em 30 de abril, a frota causou rebuliço entre os portugueses, que começaram a se preparar para um possível conflito armado. E de fato, foi o que aconteceu: ao amanhecer do dia, em 4 de maio, a esquadra brasileira se lançou em direção aos 13 navios portugueses.

Como Cochrane tinha seis navios a menos que os ocupadores, o militar posicionou as embarcações brasileiras em uma formação de duas colunas que rumavam sobre os portugueses.

Com a movimentação da frota lusitana, Cochrane decidiu cortar a linha inimiga e abrir espaço para uma invasão e tomar a retaguarda da formação portuguesa, criando a possibilidade de se afundar as fragatas inimigas. O plano compensou a inferioridade numérica dos brasileiros.

O confronto direto se iniciou com o Sol a pino, e a frota portuguesa foi cortada rapidamente. O confronto de canhões foi relevante para a iniciativa brasileira, mas uma complicação envolvendo um atraso de entrega fez com que o navio brasileiro ficasse sem munição.

Dada a real possibilidade de ter os navios abatidos, Cochrane ordenou então a retirada de sua frota. Os portugueses foram derrotados em termos táticos, mas não foram obrigados a sair de Salvador pela complicação brasileira. Por isso, é dito que a batalha não teve vencedores.

"O Primeiro Passo para a Independência da Bahia" / Crédito: wikimedia commons

O almirante Cochrane se estabeleceu no Morro São Paulo e manteve o bloqueio contra qualquer ajuda que pudesse vir de Salvador. A situação de crise na capital cresceu, fazendo com que o governador Madeira de Melo fugisse da cidade em 2 de julho.

Os portugueses acompanharam a decisão do governador e tomaram seus navios  de volta para sua terra natal, sendo perseguidos pelos navios brasileiros de Cochrane, que capturou sete embarcações e os devolveu ao Brasil — na época, já um país independente.