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Matérias / Personagem

Mary ‘Tifoide’ Mallon, a assintomática eternizada na sociedade de Nova York no século 20

Responsável por dezenas de infecções involuntárias, a jovem irlandesa foi responsável pelo primeiro registro sem sintomas dos EUA

Penélope Coelho Publicado em 04/03/2021, às 10h56

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Manchete de jornal relata Mary Mallon como "Typhoid Mary" - Domínio Público
Manchete de jornal relata Mary Mallon como "Typhoid Mary" - Domínio Público

Em 1883, a jovem Mary Mallon tinha a oportunidade de escrever sua história em um novo país; nascida na Irlanda, foi aos Estados Unidos ainda durante a adolescência, onde trabalhou por anos como cozinheira e empregada nas megalópoles de Nova York e Long Island, que até os dias atuais, eram movimentados centros comerciais.

No entanto, também ficaram conhecidas pelos primeiros casos de febre tifoide no país norte-americano. A enfermidade afetava o organismo lesionando o intestino e alterando a composição sanguínea após o contato com a bactéria salmonela.

Um dos primeiros registros foi na capital, em 1901, quando oito membros de uma mesma família adoeceram — coincidentemente, onde Mary trabalhava.

De acordo com o El País, a história se repetiu em 1906, quando a jovem foi contratada para trabalhar na casa de um banqueiro, tendo sete membros da família e funcionários da casa hospitalizados em sintomas semelhantes. Contudo, Mallon se manteve firme e não adoeceu em nenhum dos surtos.

Buscando a causa

Após se recuperar, o banqueiro temia que a enfermidade pudesse “infectar a casa” e impossibilitar seu aluguel. Com isso, chamou um engenheiro especializado em instalações sanitárias chamado George Soper que, por sua vez, não apenas analisou a residência, mas também desconfiou de possíveis hospedeiros da doença, incluindo a cozinheira.

Após solicitar informações sobre seu histórico na agência de empregos regional, Soper fez uma relação de casos regionais com os últimos empregos de Mary, notando que a mesma era o fator presente em todas as ocasiões; em um período de cinco anos, ela trabalhou em sete casas diferentes, totalizando 22 casos apenas contabilizando residentes e funcionários dessas residências.

Conforme repercutido pelo o G1, a descoberta tomou uma proporção ainda maior por ter sido trazido de áreas pobres da cidade, sendo uma doença geralmente encontrada em subúrbios — e não em lares de famílias com alto poder aquisitivo, onde havia a possibilidade de contratar funcionários para as casas.

Soper então conseguiu mobilizar a funcionária para a realização de exames, com auxílio do Departamento de Saúde local, concluindo que Mary era a primeira infectada assintomática da febre tifoide nos Estados Unidos, tendo a bactéria Salmonella typhi identificada em suas fezes.

Mary Mallon no leito do hospital durante exames / Crédito: Wikimedia Commons

Motivo de escárnio

Após a descoberta, a ex-cozinheira foi sentenciada à quarentena em uma cabala instalada na ilha de North Broter, em Riverside, recebendo a própria comida e realizando a preparação longe do convívio humano. Por lá ficou durante 3 anos, até ser liberada em 1910 sob a condição de não exercer a profissão de cozinheira.

A revelação do caso também resultou em seu nome na mídia, sendo escarnecida por ter levado a “doença dos pobres para os ricos”, chegando a ser apelidada em manchetes como “Mary Tifóide”, como relatou a rede de televisão estadunidense PBS. Ela, por sua vez, nunca acreditou estar infectada, visto que nunca teve problemas da doença

Quando liberada, chegou a ser lavadeira e passou a trabalhar no Hospital Feminino de Sloane, onde infectou mais 25 pessoas, resultando em duas mortes, sendo devolvida para o isolamento na ilha em 1915.

Por fim, negociou melhores condições e conseguiu um emprego na instalação, passando boa parte da vida por lá. Faleceu em 11 de novembro de 1938, aos 69 anos, após totalizar 26 deles em quarentena.


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