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Matérias / Plano Cohen

Plano Cohen: A fake news culminou na ditadura do Estado Novo

Documento apresentava fictícias ameaças comunistas com o intuito de manter Getúlio Vargas no poder

Victória Gearini Publicado em 10/09/2019, às 16h00

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Reprodução
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Em 30 de setembro de 1937, o general Goés Monteiro – até então chefe do Estado-Maior do exército brasileiro - noticiou pelo programa de rádio Hora do Brasil, um plano comunista que envolvia a retirada de Getúlio Vargas do poder. O Plano Cohen, como ficou conhecido, amedrontou a população na época.

O suposto documento revelado pelo governo brasileiro informava que os comunistas iriam causar tumultos entre operários e estudantes, causariam incêndios em casas e prédios públicos, manifestações populares a fim de saquear e depredar patrimônios, eliminariam autoridades civis e militares que se opusessem aos atos e por fim, exigiriam a liberdade de presos políticos.

Na época, o general Goés acusou o Partido Comunista pelo Plano Cohen, que logo foi comparado a Intentona de 1935, ato duramente reprimido pelo governo de Vargas. O presidente não questionou a veracidade dos documentos e solicitou ao Congresso Nacional a decretação de Estado de Guerra, que foi concedida no dia 1º de outubro daquele mesmo ano.

A caça aos comunistas eclodiu rapidamente e no dia 10 de novembro de 1937, a ditadura do Estado Novo foi implantada. Getúlio teve o apoio de várias lideranças nacionais e com isso aumentou seu poder. Esse fato ocasionou a outorga da nova Constituição e a origem da Era Vargas, que durou até 1945.

Crédito: Reprodução

Em 1945, o general Goés Monteiro admitiu ter forjado o documento e criado o Plano Cohen com o objetivo de justificar o golpe de Getúlio Vargas e sua permanência no poder. Ele revelou ainda que o nome foi criado pelos militares para fazer uma referência à líder comunista Bela Cohen, que governou a Hungria em 1919 - garantindo a veracidade da história.

Durante as investigações, o general Góes afirmou que o documento havia sido escrito pelo capitão Olímpio Mourão Filho, até então chefe do Serviço Secreto da Ação Integralista Brasileira (AIB). No entanto, o capitão admitiu ter elaborado o documento a pedido do dirigente da AIB, Plínio Salgado, com o intuito de fazer uma simulação para estudos internos, em caso de uma ameaça comunista, mas que acabou saindo do controle.

Na época do ocorrido, o capitão Mourão disse que foi obrigado a manter silêncio sobre a verdadeira história e afirmou que o general Góes Monteiro, teve acesso ao documento por meio do general Álvaro Mariante, que o usou de forma inapropriada. Já Plínio Salgado alegou que se manteve quieto diante da situação, pois acreditava que as Forças Armadas poderiam combater a ameaça comunista.