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Matérias / Solar da Marquesa de Santos

A história por trás da intrigante banheira do Solar da Marquesa de Santos

A banheira, instalada na residência onde morou a mais influente amante de Dom Pedro I divide opiniões

Isabelly de Lima, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 11/03/2023, às 19h00 - Atualizado em 26/06/2023, às 17h16

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Pintura da Marquesa de Santos e foto da banheira que se encontra no Solar - Wikimedia Commons / Domínio Público
Pintura da Marquesa de Santos e foto da banheira que se encontra no Solar - Wikimedia Commons / Domínio Público

A cidade de São Paulo é repleta de pontos históricos que fizeram parte da construção da cidade como uma grande metrópole e, até hoje, compõem a paisagem do centro de uma das maiores capitais do mundo. O centro histórico, em específico, é repleto de histórias — e uma das construções com maior contexto do tipo é o Solar da Marquesa de Santos.

A localização é a primeira residência em São Paulo da então Marquesa de Santos, Domitila de Castro, que foi a mais influente amante de Dom Pedro I. Atualmente, o Solar abriga o Museu da Cidade de São Paulo, mas alguns detalhes do local continuam com a configuração original.

Pitnura de Domitila de Castro - Crédito: Wikimedia Commons / Domínio Público

Um cômodo, em particular, chama atenção pela estrutura. Com uma construção mais antiga e vitrais da época em que Domitila morava lá, o local se destoa de toda a construção, que passou por diversas modificações com o passar dos anos.

O cômodo

O local dentro do Solar da Marquesa é muito diferente de tudo que é possível ver lá; além da estrutura mais simples, o cômodo possui dois pontos interessantes, sendo um deles um túnel — que hoje está fechado —, que acredita-se que era uma passagem de água para a residência.

Exatamente por isso, muitas pessoas assumem que a área se tratava do banheiro da residência da Marquesa. O que alimenta essa teoria é a presença de outro objeto curioso: uma banheira. A banheira é branca e simples, sem adornos, que está em bom estado de preservação.

Banheira localizada no Solar da Marquesa de Santos - Crédito: Wikimedia Commons / Domínio Público

Mas isso não garante que a banheira tenha sido de Domitila, e nem faz do local, de fato, um banheiro. Nenhum historiador possui afirmações acerca de tal constatação, como reforçado pelo escritor e pesquisador Paulo Rezzutti com exclusividade ao site Aventuras na História. Paulo assina a autoria das biografia: D. Leopoldina: a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil, D. Pedro - A História não Contada,Independência: a história não contada: A construção do Brasil: 1500-1825 e Titília e o Demonão – A história não contada: A vida amorosa na corte imperial: mensagens de d. Pedro I à marquesa de Santos

Mistério da banheira

No Solar, não há nenhuma informação sobre a banheira, que pode deixar em dúvida qualquer pessoa que visite o local. Não existe nenhum indício que indique que o item tenha pertencido à Domitila de Castro, no entanto, existem dois modelos parecidos no jardim do Museu Imperial, localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Isso revisita questionamentos do pertencimento da banheira, já que a mesma pode ter feito parte da mesma coleção utilizada pela família imperial brasileira. Outra teoria é de que o móvel possa ter feito parte de uma coleção que pertencia à Companhia Paulista de Gás.

Uso da Companhia

A companhia comprou o prédio alguns anos após ele sair da administração do herdeiro de Domitila, Comendador Felício Pinto de Mendonça e Castro, e também usava a propriedade como vitrine para seus produtos, tal como a propagação do uso de gás, que ainda era, na época, um item de luxo.

Como afirmou Rezzutti, é possível que a banheira tenha feito parte da coleção de objetos à mostra no andar térreo do Solar, que tinham o intuito de apresentar para a população como a vida seria facilitada pelo uso do gás, sendo a banheira um lembrete de que era possível ter água quente mais rápido com o uso do gás.

Fachada so Solar da Marquesa de Santos - Crédito: Wikimedia Commons / Domínio Público

Outros móveis fizeram parte dessa “vitrine”, como fogões, sempre mostrando a facilidade da vida com o uso de utensílios mais modernos. Há quem diga que era de Domitila, há quem diga que era somente uma propaganda, mas uma coisa é fato: Quem a instalou certamente nunca imaginou que a banheira seria o motivo de tanto mistério para a história e cultura da cidade de São Paulo.