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Matérias / Horizonte Profundo

'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo': Veja a história real que inspirou o filme

Lançado em 2016, 'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo' acompanha uma tragédia em uma plataforma petroleira que causou um dos maiores desastres ambientais da história

Éric Moreira Publicado em 28/01/2024, às 12h15

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Cena de 'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo' (2016) - Reprodução/Lionsgate/Netflix
Cena de 'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo' (2016) - Reprodução/Lionsgate/Netflix

Na Netflix, um filme de 2016 chama atenção: 'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo'. Dirigido por Peter Berg,  conta com a presença de astros como Mark Wahlberg, Kurt Russell, Kate Hudson, John Malkovich, Gina Rodriguez e Dylan O'Brien no elenco.

"Baseada em eventos reais, a história se passa no Golfo do México, na plataforma de perfuração marítima Deepwater Horizon. Diante de um dos piores vazamentos de petróleo na história dos EUA, Mike Williams (Mark Wahlberg) e os demais trabalhadores embarcados lutam para escapar com vida do terrível acidente", descreve a sinopse do filme.

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A inspiração para o filme foi a história da sonda petrolífera Deepwater Horizon, localizada no Golfo do México, que desmoronou em 2010, resultando em um dos maiores desastres ambientais da História.

No dia 20 de abril de 2010, uma drástica explosão destruiu a plataforma. Como consequência, milhões de barris de petróleo foram despejados no Golfo do México. Já a explosão resultou em 11 mortes de pessoas que trabalhavam na plataforma. 

A natureza também lidou com as consequências. O petróleo despejado na água vitimou aves, tartarugas e peixes, por exemplo. Outro ponto que vale ser relembrado, que é os meses seguintes ao acidente foram marcados pelos esforços para remover a poluição do mar, com efeitos visíveis. 

Estados como Alabama, Louisiana, Flórida e Texas foram marcados com uma mancha de petróleo. Resultando, como era de se esperar, danos em praias e também perdas para a indústria de pesca. 

O longa é baseado nos fatos descritos em um artigo da época publicado no New York Times. Visto isso, confira a seguir com mais detalhes a história real que inspirou o novo filme que chama atenção na Netflix!

Vilões 

Conforme descrito pela revista Time, o filme acompanha gerentes da petrolífera BP viajando em direção à Deepwater Horizon, visando acelerar um projeto milionário no local, atrasado há mais de um mês.

No caso, os gerentes da BP, liderados por Donald Vidrine (interpretado por John Malkovich), pressionam os funcionários da Transocean — a empresa que dirige a operação de perfuração do projeto — não só para seguirem com o trabalho mais rapidamente, como também pede para economizarem ao máximo.

Como funcionários contratados, eles seguem as ordens, no entanto, as consequências se mostram muito mais catastróficas do que qualquer um poderia imaginar.

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Fotografia real do incidente de Deepwater Horizon tentando ser controlado, em 2010 / Crédito: Getty Images

De fato, até certo ponto, a narrativa é bastante condizente com os eventos reais ocorridos há mais de uma década na Deepwater Horizon. Após o desastre, a BP recebeu a maior parte da culpa pelo incidente, ao priorizar o lucro em detrimento da segurança, segundo autoridades federais da época.

Por isso, a empresa foi indiciada a pagar um acordo de US$ 20 bilhões pelos danos ambientais, e outros US$ 4 bilhões em uma investigação criminal.

Ainda assim, é impossível dizer que o filme é 100% preciso com relação aos fatos, visto que os resultados de investigações mostram camadas ainda mais controversas no caso, que complicam ainda mais sua compreensão.

Um exemplo é a cena em que Vidrine inventa uma teoria que permitiria que a perfuração acontecesse mais rapidamente. Fora do filme, testemunhas revelaram que essa teoria foi inventada mesmo por um funcionário da Transocean.

Heróis imperfeitos

Por outro lado, em 'Horizonte Profundo', os funcionários da Transocean são tratados como heróis, que enfrentam a petrolífera BP até serem subjugados, e arriscam as próprias vidas para salvar a todos, quando tudo começa a ruir.

E mais uma vez, parte disso é preciso. As histórias de heroísmo contadas após o incidente de Deepwater Horizon são notórias. Porém, enquanto o filme mostra os funcionários agindo rápida e heroicamente, na verdade, muitos estavam despreparados e oprimidos pelo incidente, de maneira que nem todos conseguiram colaborar tanto quanto poderiam.

Outro exemplo é o da personagem Andrea Fleytas, interpretada por Gina Rodriguez, que pede socorro mesmo sem ter autoridade para tal, depois que nota luzes piscando, ou seja, o aviso mais sério possível a bordo.

O pedido de socorro foi crucial para os eventos reais, no entanto, a falha inicial da personagem, de não ativar os alarmes que deveriam alertar aos demais tripulantes sobre o desastre iminente, acaba ofuscada.

Cena do filme 'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo' / Crédito: Reprodução/Lionsgate/Netflix

Ainda assim, 'Horizonte Profundo - Desastre no Golfo' é um filme que merece atenção, ainda mais por ser um retrato brutal de uma grande catástrofe ambiental, em uma época em que muito se sofre com elas, mas não tanto se discute sobre as resoluções. E, no fim, pode valer entretenimento para quem se interesse.